“Viver é Aprender a Morrer...”

Já o disse um dia o grande filósofo Sêneca...

Quando digo que já, vocês me dizem que não. O que há de errado comigo, ou com o que digo? Poderia indagar por milênios que mesmo assim continuariam dizendo que estou ficando louco. O que há de errado comigo? Não estaria o erro em tudo, menos em mim? Há possibilidades. Porém jamais assumiriam o risco. No fundo no fundo o problema essencial está de fato contido em mim, em minha pessoa degradada e descrente.

Que mal faço eu aos deuses todos se eu não vos creio? Poderiam dar-me tal possibilidade? Seriam por demais santos se me dessem a tão sonhada imunidade de escolher minha própria fé, ou descrença?

É, meu camarada, dêem-me as chances de propor-me minha própria paz, que não vem. Aliás, quanto mais penso nela mais me sufoco.

Quantas vezes disse não a tantas coisas que por fim acabei por praticar! E olha que são tantas.

Quando pensei que amavam aquele sujeito percebi por fim que na verdade queriam mesmo era matá-lo, em frente a Santa Casa.

A vida me prega cada uma!

Pensando nisso, não seria a vida uma peça teatral, ou uma obra cinematográfica? Por exemplo, estou aqui agora sem saber se estarei vivo daqui a dois minutos. Se não estiver, apenas meus familiares e poucas pessoas afins se interessariam por mim, ou por meu óbito. No mais, entraria de vez no esquecimento inerente a todos os comuns. Sim ao comunismo!

Sinto que quero morrer e ao mesmo tempo luto bravamente contra a decomposição. Contradição é o segundo nome do ser humano. Quando penso num corpo nu, em especial o feminino, penso no prazer que pode me causar, e ao mesmo tempo na dor que pode me proporcionar. E sofro.

Luto junto as palavras para que me auxiliem a compor o que seja esta composição química nomeada ........ Tento vencer-me mas a química me impede audaciosamente.

Essa tal natureza é por demais misteriosa em vista dessa minha vã filosofia.

Diante de tudo, o que posso fazer a não ser travar a cada dia a mais ferrenha batalha em busca do conhecer-me?

Saiba que isso me bastaria...

SAvok OnAitsirk, 02.09.05.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 20/09/2010
Reeditado em 24/01/2014
Código do texto: T2509392
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