CAPÍTULO XXXVII - ÚLTIMO CAPÍTULO - Diário Poético-Sentimental de Uma Greve: Curiosidades, Emoções e Poesia na Greve do Judiciário Trabalhista Mineiro

Capítulo Final

Aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos. A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio. Sonho com o dia em que a justiça correrá como a água e a retidão como um caudaloso rio.

Eu tenho um sonho de que um dia meus quatro filhos vivam em uma nação onde não sejam julgados pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter.

Nossa geração não lamenta tanto os crimes dos perversos quanto o estarrecedor silêncio dos bondosos.

(Martin Luther King)

É por todos estes motivos que um movimento paredista pode muitas vezes tomar o peito e a alma de uma pessoa e torná-la vitoriosa e cheia de orgulho. Orgulho de si e de seus colegas. Orgulho do humano. Do ser. Orgulho dos que participaram na greve e daqueles que não se atreveram ainda desta vez a se juntar a nós, mas que de alguma forma deram a sua contribuição. Todas essas pessoas às vezes surgem como espelhos ou sombras por detrás de alguma palavra, ação ou imagem nossa.

O mais importante em tudo, porém, foi que cada um que aqui esteve e permaneceu lado a lado com os demais colegas, se uniu durante algum tempo pelos laços da solidariedade e do objetivo comum. E o mais valioso é que estas pessoas se encontram “hoje” menos desamparadas do que se achavam “ontem”, quando tudo começou.

E a razão disso é simples: cada pessoa que aqui esteve deixou atrás de si o casulo da sua suposta segurança e se dispôs a dar as mãos e a se unir a outros colegas, correndo os riscos inerentes ao presente negócio.

E – finalmente - o fato mais marcante e precioso do movimento é que todos os nossos companheiros sabem que estiveram ligados não apenas durante as audições do Hino Nacional Brasileiro, no término de cada ato e de cada dia de manifestação, mas durante todo o tempo em que se encontraram reunidos em torno daquele objetivo comum.

Têm eles consciência de terem sido solidários uns com os outros durante aquele período e que a maior aprendizagem de todas fora mesmo a compreensão dos novos sentidos dessa palavra tão importante e tão desvalorizada nesses tempos tão sombrios e cheios de cólera, de sons e de fúrias.

Eis a palavra:

“Solidariedade”.

Mas,

“É melhor tentar e falhar que ocupar-se em ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que nada fazer. Eu prefiro caminhar na chuva a, em dias tristes, me esconder em casa. Prefiro ser feliz, embora louco, a viver em conformidade. Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização. Mesmo se eu soubesse que amanhã o mundo se partiria em pedaços, eu ainda plantaria a minha macieira. O ódio paralisa a vida; o amor a desata. O ódio confunde a vida; o amor a harmoniza. O ódio escurece a vida; o amor a ilumina. O amor é a única força capaz de transformar um inimigo num amigo. O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício. Nossa eterna mensagem de esperança é que a aurora chegará”.

(Martin Luther King)

Em Minas a greve findou no dia 09 de julho de 2010, quase dois meses depois de iniciada. A cada um que lá esteve - direta ou indiretamente, uns um pouco mais e outros um tanto menos – fica aqui um grande abraço e um apitaço de alegria e satisfação. Parabens!

Luís Antônio Matias Soares
Enviado por Luís Antônio Matias Soares em 21/09/2010
Código do texto: T2510861
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