Tempos Imemoriais.

Quando era criança tinha medo extremo de chuvas e trovoadas; já quando adolescente gostava mesmo era de sair correndo sob suas águas, principalmente quando me encontrava em meio a uma partida de futebol, na quadra da cadeia ou no campinho do Silvio. Hoje, por incrível que pareça, penso no Camboja e no Vietnã. Situações diversas. Coisas estranhas.

Como nossas imaginações se transformam no decorrer dos tempos! Até ontem, praticamente, sonhava mil coisas diferentes sobre a vida em si, a adulta, com seu trabalho, sua sociedade (palavra que mal sabia o significado), o casamento e o convívio, de uma maneira geral, com as pessoas. Com efeito, quase nada do que imaginava de fato veio a acontecer na vida adulta.

Presenciei, estupefato, transformações em todos os campos de minha vida, como se fosse uma cobaia de mim mesmo, como se me visualizasse de um plano diverso de meu próprio corpo, à distância. Em determinadas situações parava, olhava e pensava: olha eu ali, diante dessa situação! Que loucura!

Situações essas que às vezes formavam um misto de comicidade, constrangimento, heroísmo, tragédia, desespero; afinal, coisas da vida, às quais jamais imaginara, quando criança, ter de passar.

No entanto passei, passo e passarei! Pois esta é a vida que quis ter, a que escolhi viver, a vida que não me fará desistir enquanto fluir oxigênio em meu cérebro.

Às vidas diárias de todos nós, guerreiros do porvir!

Cristiano Covas, 07.12.05.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 21/09/2010
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