AUTORES E AUTORES



Acredito que a diferença entre o autor que quer fazer boa literatura, daquele que simplesmente escreve para vender e faturar grandes quantias, é que o primeiro se preocupa com a qualidade do produto oferecido aos leitores, enquanto o outro pouco se importa se o seu trabalho está ou não sendo útil à sociedade como um todo. Neste segundo grupo, temos também aquele que escreve para si mesmo, com a justificativa: “escrevo o que eu gostaria de ler” (sic).
 
Em uma escala menor, há o cronista que está mais preocupado com a quantidade de leituras contabilizadas, do que com a qualidade para aqueles que o lêem.
 
Marcel Proust e T. S. Eliot, no início de suas carreiras literárias, não chegaram a vender nem mil exemplares na primeira edição de seus livros de estréia, transformando-se depois em grandes expoentes da literatura mundial. E, certamente, o que os levou ao topo dos topos foi a preocupação de sempre manter o bom nível de suas obras, obtendo assim mais leituras e, consequentemente, mais vendagens, além do mais importante de tudo: o reconhecimento literário.
 
Cada autor tem seu estilo próprio de contar casos e situações. Entendo que, ao escrever um texto, devemos colocar ali todos os sentimentos que nos levaram ao tema, pois sinto ser esta a maneira mais honesta de escrever.           
 
Existem textos que exigem pesquisas, conhecimentos históricos, vivências do dia a dia, enfim, não se pode publicar nada onde exista a dúvida e a leviandade, pois isso pode levar a resultados desastrosos.
 
O título da obra deve chamar a atenção e aguçar a curiosidade do leitor, porém nunca ser mentiroso. Já me deparei com textos cujo conteúdo nada tinha a ver com o título escolhido, sendo este apenas um chamariz para a leitura dos incautos, portanto, um engodo.
 
Tenho comigo que – como um simples escritor amador que sou –, um texto que eu escreva e que seja lido por apenas uma pessoa, mas que tenha sido importante para ela e/ou feito alguma diferença, já me basta e me faz bem. 
 
Agora, se dez, cem, mil pessoas me lerem e não sentirem absolutamente nada por aquilo que escrevi, irão acrescentar apenas um determinado número às estatísticas de leituras e vendagens. 
 
Porém, para mim, o que vale e o que conta mesmo, é a estatística da qualidade e do bom senso, aliado ao verdadeiro reconhecimento por aquilo que escrevo.
 
 
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Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 23/09/2010
Código do texto: T2514888
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