Minha querida velhice

A vida quis assim o caderno está próximo de mim ali do lado da cama. Olho para os meus dedos velhos e retorcidos, os lábios caídos, a pele ressecada e toda manchada. E aqui na terra madurou caiu. Mas se você tem espiritualidade, você dirá “estou voltando par o Pai.” Poucos aproveitaram seu tempo, não sucumbiram com os ventos e escreveram suas próprias histórias.

Minhas juntas estalam, minhas pernas já pesadas sucumbem nas escadas, mas o engraçado é que existe uma musica dentro de mim e por que isto é assim não sei te dizer. Meu coração jovial sufoca o coloquial que ainda não alcancei. De algumas coisas já sinto a escassez, notei que minhas unhas crescem com mais rapidez. Eu sei, estão na clausura aqueles que sonharam com uma raça pura e fizeram tudo o contrário do que tinha que ser feito.

Alcancei a idade de ouro, estou muito contente tudo brilha a minha frente, mesmo coisas que antes eu as achava feias. Quem alcança a tolice e convive com a burrice nunca terá poesia em sua velhice. E quando chegar o ceifador você estará numa de horror e o pior! A muito! Muito tempo gostaria de um bom sorriso. Para se ter uma vida prazerosa você deve ser bom de prosa, pois mesmo sem querer muitos vão perceber que não viveram e foram um estorvo para a vida dos outros. E o pior nestas alturas do campeonato ninguém poderá fazer muito por você.

E a odisséia continua a mesma, pois a caneta que descreve uma vida cheia de alegria e de poesia tenta dar vida a uma vida vazia que nem a si próprio deu vida e luz. No primeiro estágio você conviverá com o tédio, a seguir queira ou não queira terá que aprender os nomes dos remédios.