E MAIS UMA MULHER MORREU NESTE MOMENTO...

Mais uma vez seu vizinho ouviu um grito lancinante de dor, e novamente, não ligou para a polícia, não interfonou para o porteiro, não bateu na porta ao lado, nem mesmo fez uma prece, resumindo, a maluca gritava todos os dias, por que então ele deveria intervir?

Mas aquele foi o último grito da "maluca".

Ela morreu com uma facada, na região embaixo do peitoral esquerdo, posso afirmar que foi uma facada perto do coração.O autor, seu namorado. Um cara "bacana", que todos conheciam, quem poderia imaginar que chegaria a isto? Mesmo após as brigas e agressões quase diárias, ninguém poderia afirmar que o fulano mataria aquela mulher.

Essa mulher, sinceramente, não sei o nome. Maria, Paula, Amélia, não importa seu nome, e digo mais, neste momento, deve estar sendo velada, como tantas outras que neste exato momento padecem, vítimas na maioria das vezes de seus companheiros.

A violência contra a mulher está tomando dimensões assustadoras em nosso país. Acredito que nunca esteve tão banalizada, e não vejo atitude concreta das autoridades para coibir esta violência.

Foi criada a lei Maria da Penha. Ótimo, mas não é o suficiente.

Foi criada a DEAM(delegacia especial de atendimento a mulher). ótimo, mas também não é o suficiente.

O mais importante, é a mudança de atitude em nossa sociedade, a mudança de cultura em toda extensão de nosso país, pois só assim reverteremos este quadro.

Ser agredida por uma pessoa que você confia, ser violentada por alguém que deveria te proteger, ser morta por alguém que deveria te amar...meu deus...até quando vamos continuar lendo isto nos jornais?

A violência contro os homossexuais desencadeou no chamado orgulho gay e em sua famosa passeata.

Por que não criarmos então o dia do orgulho da mulher?

Participarão deste evento,mulheres que já sofreram violência, mulheres que não sofreram violência, crianças, e os Homens de verdade, aqueles que como eu, sabem respeitar uma mulher, e tratá-las como elas realmente merecem, com apreço e amor.

Sou pai de uma menina, e temo pelo seu futuro, pois se esta violência continuar desta forma, em breve, as mulheres não poderão sair nas ruas.