É só apertar confirma

Faltam poucos dias para o maior espetáculo “democrático” do Planeta Terra. Não, não há ironia nas aspas. Há uma triste constatação. Sim, deve ser o maior número de eleitores proporcional ao de habitantes que vota em uma eleição nos países cobertos pelo Google, mas o voto é obrigatório o que, por si só, já significa uma ingerência no arbítrio do cidadão. Sim, partidos e pessoas das mais diversas tendências são candidatos e expõe livremente suas idéias, sem medo de represálias, mas a maioria sequer sabe a filosofia, as crenças e os objetivos dos partidos que lhe emprestam a sigla. Sim, qualquer um pode ser candidato, menos o ladrão de galinha, porque o ladrão de granjas inteiras é incensado. Sim, o voto é livre, mas o eleitor é enganado por falsíssimas análises e ridículas promessas sem que caiba qualquer punição aos irresponsáveis que as fazem. Sim, a imprensa pode dizer o que quiser, desde que não apresente verdades a respeito dos donos do poder, porque o fantasma do vizinho caribenho ameaça escancaradamente o mais forte pilar real da liberdade.

Enfim, o show deve continuar. E temos candidatos que mereceriam estar num show, melhor, numa ópera bufa.

Tiririca, com sua imensa sabedoria, seu bom senso, sua “Welanschaung”, será um dos candidatos mais votados desta legislatura. Não, não é um Juruna, como talvez você esteja pensando, porque Juruna representava uma Nação e tinha uma história em sua defesa; Tiririca tem o quê? Quase escrevi Titirica; ato falho, desculpe. É no Rio de Janeiro? Ajudem-me, acho que é lá que é possível votar numa dieta saudável: Mulher Pêra. Quem vota tem direito a uma mordida. Ou apalpada. Lembra de Andréia Schwartz? Ah, lembra, é? A cafetina brasileira expulsa dos Estados Unidos por lenocínio. É candidata a deputada estadual do Espírito Santo. Perguntada como se define: conservadora ou liberal, respondeu que não misturava religião com política. Isso apesar da experiência de cama, mesa e banho com deputados norte-americanos! E essa é apenas uma amostra caricata. Netinho que o diga.

Hoje rimos deles. Na semana que vem rirão de nós. E viva a democracia.