Existem prazeres em pequenas coisas

Depois do clipe, da fita adesiva, caberia aqui o prendedor de roupa, uma outra grande sacada foi o Messenger, para o deleite dos abandonados, dos apaixonados, dos insones e dos hipócritas que afirmam que não se valem do messenger

Horas e horas a fio, falando com pessoas estranhas, nos levam a conhecer o mais variado formato de espécime humano

Foi falando no mencionado recurso, que nos dá a informática, que encontrei o nick PEQUENA; tudo me levou a crer que se tratava de uma garota, de uma pequena, com as mesmas carências que me levaram à frente do computador, em nenhum momento relacionei pequena ao nanismo...mas devia.

Marcamos um encontro num magazine no centro da cidade, as 16hs, e lá estavam os dois, corrigindo, e lá estava um e meio, pontualmente na hora previamente acertada, e se ela não tivesse puxado a barra da minha camisa eu não teria olhado para baixo, e não teríamos nos encontrado.

Jamais imaginei que viveria as mesmas emoções de Guliver, mas naquele momento me senti em Lilliput, que me perdoem o meu inglês sofrível, mas eu era um gigante e ela muito, mas muito baixa mesmo.

Nenhum preconceito ou fobia, mas foi uma sensação de covardia que quase me faz sair dali sem nem mesmo cumprimentá-la, mas ela era falante, simpática e voraz, além disto ela tinha mais de 40 anos, e nada nos impedia de atendermos nossos propósitos.

Fomos para um motel, como já havíamos acertado que iríamos e eu fiquei quase que chocado quando ela tomou impulso para subir na cama.

Sou criterioso, quando me deito tenho a preocupação de deixar entre meus pés e o final da cama, a mesma distância que deixo entre o alto da minha cabeça e a cabeceira, se ela tivesse os mesmo hábitos que eu, teria que ocupar, verticalmente, o centro da cama, seria desrespeitoso eu tentar calcular quantos centímetros sobrariam de cada lado.

Ela foi fantástica, sua performance, em absoluto, não era proporcional ao seu tamanho, ainda assim eu me preocupava: será que depois de tudo teria que dar tapinhas nas costas para que ela arrotasse?

Saímos do motel felizes, eu, muito cuidadoso, a transportei no banco de trás, realizado, afastei da consciência qualquer tentativa de carregar uma carga de pedofilia, a carteira de identidade dela me isentava de qualquer ilícito, e de quilômetros em quilômetros eu olhava pelo retrovisor, e quase que em tentativas de me perdoar eu reafirmava:

Grande mulher é você....pequena

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 29/09/2010
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