Coisas da Vida XV.
Sempre quando olha a rua pela manhã, bem lá pra baixo, tem a sensação de que tudo está passando, numa constante progressão, o que causa uma certa angústia suave, se é que pode existir, mesclada a uma nostalgia de tudo e de todos.
Sempre que olha o horizonte, em qualquer tempo, sente a mesma coisa...
Tem andado nervoso demais.
Botou o despertador para tocar seis e vinte da manhã, sem sequer ter a certeza de que realmente conseguiria se levantar. Foi o despertador do celular, aquela maldita máquina implacável!
Alguma coisa dentro de si dizia que aquela história era conhecida. O despertador do celular era defeituoso, e quando tocava ninguém conseguia desligá-lo. Por vezes pensava seriamente em lançá-lo a parede, tamanha a fúria. Vai-se apertando todos os botões, em desespero, e aquele brilho do visor, e nada! Parece que tudo vai explodir. Tem que deixar tocar até que uma hora para. Nunca se sabe quando. Uma hora pára!