Sorte ou atitude?

Sorte ou atitude?

Toda pessoa frustrada diz que tem azar. Que tem falta de sorte. Jamais afirmam que não tem talento, perseverança ou, simplesmente falta de atitude e racionalidade, falta de perspicácia. Justificam suas misérias pela alegação de ausência de sorte.

Sorte. Fácil falar dela, ninguém sabe bem o que ela é. Já cheguei a pensar que ela é uma forma de justificar a vitória sem assumir os próprios méritos. Um escudo para o humilde não se vangloriar, e uma defesa para o frustrado, para o covarde não se declarar um fracassado ou analisar suas falhas.

“Eu não tenho sorte no amor”- a maioria das pessoas que me falaram isso são aquelas que dentre todas as escolhas possíveis conseguem se atrair e se deixar envolver pelas piores. Falta, talvez, segurança pessoal e inteligência emocional para, antes de escolher com quem se “deitar” (como diria o Caetano), saber escolher quem merece sua estima e confiança.

Certas mancadas são humanas, o errado é a reincidência no mesmo erro. Para tanto cada pessoa possui um cérebro, em tese pensante, e uma consciência que, diz-se, deve “funcionar”, se ainda assim não se conseguir controlar os ímpetos que levam a frustração, o melhor é comprar joelheiras e aprender a andar de quatro.

“Eu não tive sorte nos negócios”-esta se o mundo fosse uma emissora de televisão seria a “campeã de audiência”. Aquelas pessoas precipitadas, que, de fato não possuem talento nem perseverança para crescer adoram dizer isso, e, pior, para desmerecer o talento alheio dizem “aquele lá teve estrela, teve sorte”. É fácil se esconder atrás do metafísico e não assumir a própria responsabilidade pelo fracasso.

Talento, isso sim, não são todos que possuem, mas pode ser desenvolvido. Inteligente não é aquele que sabe demais e tem consciência disso, mas aquele que sabe quais são seus “pontos fracos” e se esforça para superá-los, para crescer. Inteligência sem atitude é desperdício, é como dar filé mignon para os porcos degustarem.

Feliz é o homem de atitude. Aquele que não tem medo do amor, que não se esconde atrás de sua covardia e lamentações, é aquele que fala o que pensa, e pensa no que sente. Feliz é o homem que faz seu próprio caminho com racionalidade, perspicácia e perseverança - segredos do sucesso do homem em qualquer empreendimento.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 26 de setembro de 2006.

Cláudia de Marchi
Enviado por Cláudia de Marchi em 02/10/2006
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