A VIDA: COMO ELA É

Numa pequena comunidade havia um menino muito pobre e humilde que morava numa casinha com sua mãe. O tempo passou, o menino cresceu e sua mãe naturalmente estava muita velhinha. Lá, mesmo sem recursos, sua mãe cuidava dele desde pequenininho, nunca lhe deixara faltar nada, sofria muito para lhe dar conforto e, apesar das grandes dificuldades que ambos enfrentavam, eram muito felizes.

Tempos mais tarde, de uma hora para outra, esse homem ficou rico e tudo em sua vida mudou: dinheiro, mansões, carros luxuosos, viagens para o exterior, mulheres, festas e muitas diversões passaram a fazer parte do cotidiano daquele homem, o qual já não era um pobrezinho como antes. Sua pobre mãe, coitadinha, agora fisicamente debilitada, sozinha, permanecia naquele pobre casebre, tristonha, só recebia visita do seu filho uma vez por mês, pois a maior parte do seu tempo era dedicada àqueles que se diziam seus amigos. Chegou, pois um dia em que ele resolveu ir morar no exterior e para não ter preocupações com nada, nem mesmo com sua mãezinha decidiu colocá-la num asilo. Ela não queria, mas não teve escolha: aquele filho que fora criado com tanto carinho, internou a sua mãe num asilo pertencente à outra federação, longe de casa.

Faltando poucas horas para o embarque, ele resolveu se despedir daqueles considerados seus amigos e numa grandiosa festa de despedida bebeu bastante com eles. Tendo se divertido muito, se atrasou a ponto de perder o vôo, caso não se apressasse. Partiu em alta velocidade no seu veículo a caminho do aeroporto. Num trecho urbano, muito sinuoso o seu veículo capotou. Sua sorte foi maior porque ali nas proximidades havia uma equipe de bombeiros que lhe desprendeu das ferragens, prestou-lhes os primeiros socorros e em seguida levou-lhe ao hospital.

Ele não morreu, mas o acidente lhe deixou muitas sequelas. Tetraplégico, incapaz de se mover sozinho não andava mais, pior ainda, precisava do auxílio de cadeiras de rodas, mas não era só isso, quem iria cuidar dele agora? Permaneceu no hospital por muito tempo, sozinho, sem ninguém, sem visitas, até mesmo aqueles que diziam ser seus amigos agora fingiam não lhe conhecer. Toda a sua riqueza foi consumida em tratamentos caríssimos, mas pouco adiantou.

Sua mãe, ao saber da notícia pediu para sair do asilo a fim de cuidar do filho. Então aquele homem que, em nome da riqueza, desprezou a sua mãe passou a ser cuidado com todo o carinho e amor por ela como antigamente naquela velha casinha.

Gilson Vasco
Enviado por Gilson Vasco em 14/10/2010
Código do texto: T2555551
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