TAL QUAL OS DEMAIS?

Eu penso que duas décadas são muito pouco para uma vida, e descobri que este pouco tempo não me ensinou quase nada. Estou cada vez mais convencido disso, de que sempre estive equivocado.

Na vida o que vale não são os sentimentos, os momentos, a família, os amigos, enfim, as pessoas que amamos e o que vivemos com elas.

Geralmente colocamos em primeiro lugar o dinheiro, em seguida o que conquistamos com ele, conforto, respeito, impunidade, admiração. Compra-se, de certo modo, até beleza, saúde e companhia.

Ao pensar e muito refletir, nas coisas que o dinheiro não compra cheguei a uma resposta copiada dos outros, de que o dinheiro não compra a felicidade. Mas penso que é outro equivoco.

Eu me pergunto no que vou ser daqui a dez anos. Assim como me perguntei dez anos atrás. E hoje, percebo que não mudei quase nada. Talvez até não mude muito novamente. É impossível mudar temos que pelo menos nos moldar à sociedade, à frieza dos homens. E por isso que daqui dez anos, menos que isso até, já estarei agindo igual aos outros, com um coração apenas para bombear o sangue no meu corpo e uma cabeça tão grande, tão cheia de ideias, apenas para manipular as pessoas. E, assim como os outros, também pretendo estar rodeado de amigos, quiçá até por interesse mutuo. Outrora tentando ser uma pessoa melhor, querida e desejada.

Neste momento quero fazer mais que um relato, quero implorar clemência por tudo que eu já fiz de errado, amar, sorrir, gastar meu dinheiro à toa, para ajudar pessoas. Quero implorar perdão a Deus, por seguir Seus preceitos de fraternidade para com a humanidade e esquecer que não somos homens quando somos fracos, mas que nosso lado animal nos suplanta. E sentimento é para fracos. Eu acho que em duas décadas não aprendi nada mesmo.

Quiçá eu possa evoluir como ser humano, crescer e daqui a alguns anos somente lamentar a imaturidade deste momento.

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 14/10/2010
Reeditado em 15/10/2010
Código do texto: T2556128