Meu pé de manacá

Esther Ribeiro Gomes

‘Lá detrás daquele morro tem um pé de manacá,

nóis vai casá, nóis vai pra lá, ce qué?

ô se quero meu amor...'

(Hervé Cordovil e Marisa Coelho)

Quando criança minha mãe sempre cantava para mim essa canção...

Ainda me lembro do aroma delicioso dos manacás plantados no jardim da nossa casa que perfumavam as noites enluaradas da minha infância...

Ah que saudades eu tenho daquelas noites faceiras em volta dos manacás perfumados, onde ouvíamos serenatas que atravessavam a madrugada!

Hoje tenho no jardim vários pés desse arbusto de lindas florzinhas brancas e roxas que perfumam minhas noites solitárias, fazendo

minha alma viajar no tempo...

Sinto saudades daqueles aromas divinos que os anos não trazem mais!

Ah, os manacás da minha infância, doce perfume que invade minhas lembranças...

Enquanto estou escrevendo, uma linda borboleta pousou numa florzinha roxa para completar esse cenário encantador!

Se tivesse uma varinha mágica, não deixaria a natureza levar embora essas florzinhas brancas e lilases que perfumam meus sonhos mais audazes!