A IMPORTÂNCIA DO LÍDER


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A tensão chegou ao fim com grandes e justificadas comemorações em pleno deserto de Atacama, na região norte do Chile. Com aproximadamente 200 quilômetros de extensão, o Atacama é considerado o deserto mais árido do mundo. Chove pouco por lá e as temperaturas variam entre zero grau à noite e 40 graus Celsius durante o dia.
 
É em Atacama que fica a mina de exploração de cobre “San José”, palco de um acidente com 33 trabalhadores, ocorrido em 5 de agosto de 2010, e que lá ficaram soterrados por mais de dois meses. É uma mina com má reputação e, em vista disso, seus funcionários recebem salários mais altos do que a média de seus colegas. Foi o pior acidente do país neste tipo de trabalho. 
 
Logo após o acidente, os trabalhadores ficaram totalmente incomunicáveis por 17 dias, até que se restabelecesse a comunicação com a superfície. Muitas e muitas horas de agonia, incerteza e ansiedade que poderiam ter sido fatais, se entre eles não houvesse um líder. Não um chefe, mas sim, um líder. 
 
E quem assumiu a difícil tarefa de liderar aquele grupo, trabalhava há apenas dois meses na mina. Um topógrafo, com 31 anos de experiência no setor de mineração, que possuía todas as características de um verdadeiro líder, talvez por diversas situações difíceis pelas quais já havia passado, como a perda precoce do pai, o que o levou a assumir a responsabilidade pela família. No interior da mina, a 700 metros de profundidade, foi ele quem dividiu as tarefas, estipulou horários, organizou o racionamento e a distribuição dos alimentos e produtos de higiene. Mesmo confessadamente tendo dúvidas quanto ao sucesso do resgate, em momento algum deixou de incentivar seus companheiros, principalmente quando os via um tanto resignados e desesperançosos com aquela situação. Seu nome: Luis Urzúa Iribarren. 
 
Por mais que se saiba, o acidente no deserto de Atacama trouxe à tona diversos ensinamentos. O mais importante talvez seja a necessidade de um líder para conduzir e coordenar grupos heterogêneos em momentos cruciais da vida.
 
Sempre que um grupo se deparar com momentos difíceis, a eleição de um líder é fundamental, inclusive para contornar crises e egos mais inflados. Afinal, não podemos esquecer que todo processo necessita de gestão. Em uma crise dentro da empresa, por exemplo, todos são afetados e alguém com mais experiência, além de acalmar os mais jovens, pode pensar em soluções práticas de forma mais rápida. Esqueça aquele complexo de “Big Brother”, onde o fundamental é fabricar crises dentro do grupo que, a bem da verdade, o povão adora. E aposte sempre na comunicação que vem a ser a chave para que tudo dê certo: manter todos informados é a principal forma de se manter a liderança, bem como o foco no grupo.
 
Abraham Lincoln (12/02/1809 – 15/04/1865), 16º presidente dos Estados Unidos, tem uma frase magnífica sobre isso: “A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns”.
 
De tudo de positivo que o resgate dos 33 trabalhadores na mina San José possa ter nos trazido, acredito que, em última análise, a função básica do líder é espalhar a fé e a esperança.
 
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Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 18/10/2010
Reeditado em 18/10/2010
Código do texto: T2562888
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