A Vida, Enfim.
Um pouco mais de paciência em tudo, meu amigo. Não se enerve demais com as coisas, não adianta. Faça, simplesmente, e da melhor forma possível, não se matando pelo tempo.
Mil novecentos e setenta e seis passou; passou também oitenta e seis; noventa e nove; dois mil e dois; dois mil e oito; dois mil e nove; leste alguns livros, outros deixaste de lado, e assim a vida segue inexoravelmente...
Se todos os dias fizer um pouco de tudo, logo estará com tudo; se querer fazer todos os dias tudo, não terminará e a cada dia terá de recomeçar, se cansando por fim.
Não se deve esperar muito do muito nem pouco do pouco, racional é manter a serenidade. Sentir a natureza fluir, cumprir seus desígnios. Contra não se pode seguir, não se deve. Frustra-se, por fim.
Em nenhum momento deixar a raiva tomar conta. Ela é demasiada burra para que nos deixemos levar.
Manter a calma, a paz interior, mesmo diante o sol tórrido e a avalancha das burocracias alucinadas. Lembra-se das “Alucinações Burocráticas” e se regozija, se refestela.
Lembra-se das leituras de Charles Bukowski e dá uma risada íntima, daquelas quietas e solitárias, mas de uma intensidade que faz transbordar todo o sistema orgânico. O corpo é presenteado com milhares de substâncias benéficas.
Aquelas risadas de si para si, verdadeiras e puras. São as melhores!
Savok Onaitsirk, 02.01.10