Mãe não morre!
  
 
 
 
Por mais fértil que seja a minha imaginação nem em sonho pensei que isso pudesse acontecer...
Aconteceu!
Descobri que mãe não morre!
Ela te acompanhará vida a fora.
Você pode recriminá-la por mil motivos, encontrar uma montanha de erros,  de defeitos e de falhas, mas tenha certeza que nada passou em branco na sua formação e ficará para sempre na sua memória.
Ainda que você não morra de amores por ela, mesmo assim ela estará presente de algum modo.
Não diga que é um horror, um absurdo, mas acredite existem filhos que simplesmente não gostam da mãe e chegam muitas vezes a sentir verdadeiro ódio, mas até no ódio ela estará lá, como um fantasma sempre presente, possivelmente gerando mais repulsa! Ou remorso... Alguns que apenas tiveram alguém mais parecido com uma bruxa também entenderam, entendem ou entenderão o que digo.
Fazendo o contraponto estão as mães, as verdadeiras MÃES, na mais pura acepção da palavra!
Amadas, por vezes idolatradas! Presentes na mente e no coração!
A explicação é simples para quem foi educado por ela, os que não tiveram esta chance devem pensar que estou falando bobagens.
Ainda que ela não esteja mais fisicamente presente, ela estará sempre com você e através de você estará em seus filhos!
Vou me ater apenas a normalidade do convívio entre mãe e filhos considerados “normais”(?).
O desdobramento do assunto daria para elaborar um verdadeiro tratado e não é esta minha intenção.
A começar pela vida tudo foi nos dado por ela, mas não significa que a figura do pai seja menos importante, porém aqui o personagem principal é a mãe.
O modo como encaramos a vida por mais que não queiramos foi influenciado por ela, tanto para o bem quanto para o mal.
Nosso desenvolvimento físico dependeu diretamente da dedicação ou não dela. Os traços físicos que herdamos através de seus genes, se refletem muitas vezes no modo de andar, de sorrir,de falar, a voz, até os trejeitos foram inconscientemente  imitados.
As roupas com que ela nos vestiu desde a infância até quando nos tornamos crescidos tem muita influência no seu modo de se vestir atualmente, ou você segue o mesmo padrão ou se rebela e usa exatamente o contrário do que lhe foi passado através do tempo, na adolescência isto se torna mais visível.
O modo de se relacionar com seus semelhantes, com os animais,enfim com toda a natureza,depende dos ensinamentos adquiridos não importando o grau de importância que por ventura possam ter.
A religiosidade ou a falta dela, valores como educação, bondade, retidão de caráter, moral, todos englobados formam um só pacote que nos foi transmitido desde o berço.
Se diz com razão, que a educação vem do berço, não adianta tentar disfarçar passando um verniz depois de adulto porque descasca com a maior facilidade revelando o íntimo, demonstra o que a pessoa realmente é!
Muitas vezes encontramos gente finamente educada em determinadas circunstância e com determinadas pessoas e em outras ocasiões agem como verdadeiros trogloditas sem motivo aparente.
Faltou berço!
Até a alimentação com a qual fomos acostumados será seguida, verdade que sofrem algumas modificações, mas  com certeza você voltará no tempo ao sentir algum sabor familiar e conhecido da infância, e se lembrará dela!
Suspirará de saudades...
É mais provável a filha seguir os passos da mãe, mas os filhos também desejam que suas companheiras façam, ou eles próprios fazem algo que sua mãe faz ou fazia, principalmente os curiosos que rondavam o fogão desde pequenos...
As noras ou genros não gostam muito... É importante refletir um pouco sobre o assunto.
Eles hoje são adultos ou idosos, não importa, um dia foram crianças, tiveram infância e também foram marcados por ela, guardam suas lembranças.
É incrível, mas um perfume, um tecido, uma música, uma flor, qualquer objeto por mais banal que possa ser nos traz lembranças da mãe, quer queira ou não!
Numa corrente sem fim, o que foi lhe passado, continuará através de seus filhos, netos, bisnetos...
Por alguns destes poucos motivos acredito sinceramente que mãe não morre!
Se algum dia você sentir no rosto uma suave brisa, uma sensação gostosa de calma ou perceber um leve bater de asas, não se surpreenda...
É ela!
 
 
M.H.P.M.
 
Helena Terrível