A Minha Avozinha

Era tão legal que dava a impressão que à medida que o tempo passava diminuía de tamanho só para ficar da minha altura.

O que mais gostava era de ouvir suas histórias, prestava atenção em cada palavra, em cada gesto de suas mãos. Adorava quando seus olhos se arregalavam mirando nos meus e das outras crianças, meus primos, parava de contar a história até alguém perguntar:” E aí Vó? O que aconteceu?”.

Lembro de quando ficava doente, do nada aparecia colocava a mão em minha testa, discutia com minha mãe sobre os remédios que o médico receitara, lia a bula de todos. Depois de sempre ganhar a discussão com o mesmo argumento:” Se deu certo com você, porque não com eles? ”Cuidava de mim, de meus irmãos e de meus primos, tinha remédio pra tudo.

Uma vez , mamãe conversava com ela ao telefone quando entrei na sala pediu para falar comigo, após desligar o telefone minha mãe veio olhar minha garganta, ao perguntar por que, respondeu que Vovó disse que pela minha voz parecia estar inflamada, estava mesmo.

Nunca mais comi um bolo de banana tão gostoso quanto o dela.

Às vezes, quando estou contando estórias a meu neto, tenho a sensação de sentir suas mãos em meus cabelos, como sempre fazia ao me acarinhar, dizendo com sua voz doce, quase infantil como contar a história.

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 25/10/2010
Reeditado em 23/11/2010
Código do texto: T2578136
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