Salvem os professores

Novamente a mídia aqui do Norte da nem tão Santa, mas bela Catarina deu espaço a supostas agressões de uma professora a um aluno. Nem quero entrar na análise do que realmente aconteceu, nem o porquê – deixemos isso a quem tem o dever de fazê-lo -, mas não vi alguém mencionar quantas vezes alunos vêm para a aula sem o material, por preguiça ou por afronta, mesmo. Também não vi alguma autoridade levantar a hipótese de seguidas ofensas sofridas por professores, vindas de alunos protegidos por regras altamente injustas e anti-educativas, implantadas por um sistema que chama protecionismo e adulação de proteção aos mais fracos. Um solitário professor de São Francisco do Sul levantou sua voz e sua bandeira. Foi ouvido ou receberá uma reprimenda?

O que aconteceu com a educação formal? Regras tornaram-se açoites cerceadores da liberdade; organização, a opressão das elites; disciplina a herança de tempos ditatoriais; e uma palavra dita em um tom um pouco mais determinante, parece causar traumas irreversíveis na personalidade das pobres crianças, mesmo as mais endiabradas. Não só crianças, basta ser aluno para merecer uma proteção totalmente incompatível com as regras do viver em sociedade.

Alunos entram nas salas de aula como se fosse a Casa da Mãe Joana ao cubo e saem como estivessem fazendo xixi com a porta aberta, na casa deles, interrompem, conversam, ruminam chiclete num tom muito acima do normal, desprezam os professores, fazem apenas o que querem, quando querem e como querem e ai do professor se ousar chamar a atenção: imediatamente é declarado culpado. Isso quando não recebe ameaças de agressões ou é realmente agredido. E nada da mídia dar espaços enormes para os sofrimentos reais impingidos aos professores.

Summerhill, minha gente, foi uma ótima experiência utópica que não deu certo. Por mais que a liberdade, o desafio, e, às vezes, uma certa bagunça sejam necessários para o processo do aprendizado, tudo tem seu lugar e sua hora e respeito é a palavra- chave para que o sucesso seja alcançado. Para dar um jeito nisso, bastaria baixar e cumprir uma regra: “O professor deve ser respeitado, revogam-se as disposições em contrário”.