Um Homem de Fibra.

Era a final do campeonato paulista de 1.993, entre Palmeiras e Corinthians. O Palmeiras venceu, com méritos, 4 X 1.

Um torcedor do Corinthians, vestindo sua honrosa “segunda pele”, triste e cabisbaixo, resolveu voltar sozinho para casa. Era obviamente brasileiro e estava em seu democrático país.

No ponto de ônibus, naquele fatídico domingo, não havia ninguém. Esperava sozinho, recostado na pilastra.

Repentinamente do outro lado da avenida um bando de uns oito torcedores adversários avançaram rapidamente sobre sua “presa”, como um bando de hienas em busca do elefantinho desgarrado da manada.

O corinthiano mal teve tempo de se virar e correr, fora jogado no chão pelos oito marginais, ou mais, que não podem ser chamados de torcedores, e espancado violentamente, numa selvageria sem igual. Não contentes, sacaram seus revólveres e principiaram a atirar no corinthiano que, caído no chão, ia levando balas por todo o corpo.

Não satisfeitos, queriam não apenas espancar, nem apenas atirar, queriam trucidar aquele homem como se destruíssem o pior dos males. Vendo que o sujeito ainda vivia, depois de uma saraivada de balas, resolveram atrirar na cabeça. “Atira logo! Mata logo! Arrebenta! Por sorte o corinthiano, ouvindo isso, olhem só, deixou a cabeça bater no solo, tendo a boca sangrando, e fingindo de morto.

Foram-se embora os animais, satisfeitos por destruir a vida de um cidadão honesto e cheio de sonhos.

Mas ele milagrosamente não morreu. Passou meses internado, entre lá e cá, teve a perna direita amputada, mas continuou vivo e sonhando.

Ao receber a noticio do médico de que teria a perna direita amputada, questionou-lhe: “doutor, poderei jogar futebol?” O médico respondeu: “dependerá unicamente de você”.

Diante tantas dificuldades que fariam qualquer um desistir de viver, continuou..., continuou..., mesmo sofrendo preconceitos vários... , continuou...

É inconcebível a uma pessoa sensata admitir o que fora feito com esse torcedor do Corinthians. Fico a imaginar que espécie de ser é esse capaz de tamanha brutalidade. Não podem sequer serem chamados de animais, por ofender a natureza animal. Não merecem nem viver nem morrer, merecem o inferno!

Sou palmeirense, torci pra caramba naquele domingo, assistindo ao jogo pela televisão; foi um momento único na minha vida, mas me tornei também um pouco corinthiano depois de ver a reportagem ontem contando a vida desde guerreiro!

Parabéns, cara, não sei se lerás estás singelas palavras, mas saiba que tua história vista pela TV fez-me repensar a vida e lacrimejar de esperança! Esperança de que num futuro próximo os seres humanos sejam de vez humanos, sejam eles palmeirenses, sãopaulinos, santistas ou corinthianos!

SAvok Onaitsirk, 08.03.10.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 30/10/2010
Código do texto: T2587182
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