NÃO ESPERE NADA DE NINGUÉM



Certamente você já deve ter-se decepcionado por esperar algo de alguém e que acabou não acontecendo. Já passei por decepções assim, bem como tenho a plena convicção de que também já as causei.
 
Analisando bem a questão, fico na dúvida. Será que podemos chamar de decepções o fato de que as pessoas não se comportem ou não ajam do jeito que queremos ou, no mínimo, do jeito que esperamos? Vamos ver.
 
Seu amigo foi para o exterior fazer turismo por vários países. Pelo que já pude perceber, é muito comum para aqueles que ficam criar expectativas sobre o que o amigo vai-lhes trazer de mimo na bagagem. É ou não é assim?  Bem, pode não ser 100% dessa maneira, mas que fica bem próximo disso fica sim. Seu filho está se formando na faculdade e você tem um conhecido de longa data que possui uma empresa. Pode ser que lhe consiga um emprego. Conversa com ele a respeito e fica esperando por uma resposta positiva que quase nunca vem. Nem uma mínima satisfação que seja. E os exemplos se sucedem num caminho sem fim.
 
Adquirimos alguns hábitos que, muitas vezes, beiram o inexplicável. Esperar muito dos outros é um deles, trazendo-nos dores emocionais e desencantos, apenas por nossa própria culpa. Tudo porque criamos expectativas sobre o comportamento das pessoas, principalmente aquelas que consideramos como amigas.
 
É comum ouvirmos frases como: “Eu esperava mais de você”, ou “Me decepcionei com Fulano, ele não é nada daquilo que imaginei”, ou ainda “Não pensei que Beltrano pudesse agir assim”. E aí nasce o desencanto, a tristeza e, não raro, até uma depressão oportunista. E tudo por algo desnecessário (seria egoísmo?).
 
É como os filhos, e quem os tem entende o que vou dizer. Todo pai e mãe esperam muito dos seus filhos e entendo isso até como natural. Mas são raros aqueles que correspondem às expectativas dos pais. E não é por falta de amor. Simplesmente eles têm o seu próprio jeito de ser, reforçado pela própria diferença de gerações e formas de pensar. E se nós, que já somos pais, fizermos um pequeno esforço cerebral iremos recordar que também éramos assim. Evite mentalizar aquela frase rebuscada: “Onde foi que eu errei?”.
 
Não há um ser humano exatamente igual a outro. Nem física e nem emocionalmente. E é isso que faz toda a diferença.
 
Tenha seus amigos, viva intensamente, usufrua as boas e leais companhias, compartilhe com eles suas alegrias, suas tristezas, suas emoções. Confidencie aquilo que acha que deve, seja liberto e feliz por tê-los ao lado. Mas, em momento algum, crie expectativas  em relação a eles. Não os sobrecarregue com responsabilidades que eles não têm. Isso só poderá trazer-lhe insatisfações emocionais e, se analisarmos pelos dois lados da moeda, ninguém merece isso.
 
Pensando descompromissadamente, não espere muito nem de você mesmo.
 
 
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Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 06/11/2010
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