IDENTIDADE...

Tempo, já há de ser bem grande a distância de nossas conversas por letras falantes. Queres notícia? Mas de quem?De mim? Hoje venho com aquele jeito que bem sabes, ora menina sem medo, ora mulher com desejos, porém medo de sentir mais dor, agora não descansado, mas em recuperação meu coração tenta brigar por o amor então ainda não encontrado.

Fogo o corpo em chamas, quente, trêmulo anseia por um sopro Divino que venha acalantar e deixar que solte tanto querer. Desejos guardados são liberados, presos por acharem ser exclusivos de um homem. Mas que homem? Onde ele está? Ficaremos a nos questionar mais uma vez. Eis que surge o questionar, a dúvida.Quando em que tempo está esse homem? Haverá em algum espaço um desejo por uma mulher que seja de lábios no falar doce de carinho, no beijar ardente de desejo?Haverá algum desejo de desejo efêmero, acalantado por mãos que percorrem o corpo, dedilhando a pele e encontrando o prazer até em mais profundo ser? Haverá um homem que busca, no suor do gozo, um braço macio para acalentar e com um delicioso sorriso de homem satisfeito pelo prazer de sua fêmea, satisfeito por seu próprio prazer misturado e trazido á tona em um só grito de êxtase?

Haverá um homem que tenha tanto desejo de falar, chorar, sorrir, lembrar suas proezas de rapaz, de moço, de garoto...viver em palavras as lembranças, sem medo de censura, livre no falar, no lembrar.Há esse homem?

Um desejo temos: de sermos felizes. Todos falamos do ser feliz, mas em outros tempos, outrora se filosofava o básico para ser feliz.Mas hoje há pressa em ser feliz. Claro que não, há um tal de momento, sim, meu amigo leitor, o que se ouve em músicas, em gritos, em bares, ou outros botecos da vida, é o tradicional lema: viver o hoje, o agora, amanhã é outro dia. E vão com isso ficando no “de repente” , é tipo, sei lá entende? Sim, tava tudo legal, mas ela veio, eu vim, de repente agente vai levando, um ano, dois , casa, móveis, contas, e agente vai levando. Não há sonhos, esperanças de que? Mas onde meu moço guardamos nossa carteira de identidade, nem sou mais eu, nem me olham mais, nem sei mais o mais que tenho que buscar.Tempo evapora, lembrar o que? Não há o que lembrar.Mas haverá esse homem que queira a felicidade? Felicidade? Palavrão agora, moça? Seria então felicidade o gosto de amor na boca, no corpo, na pele? Seria felicidade ou um pedaço dela? Mas seria então o gosto de uma noite de gostos realizados, satisfeito por fazer o gosto e por sentir seu gosto ser feito? Felicidade em trocar as palavras de maiores loucuras de desejos, essa troca que diz cá, ouve lá, diz de lá, ouve de cá?

Sentir no canto dos lábios a ponta de um sorriso satisfeito, sentir que é seu corpo o único tocado, desejado e realizador de desejo por uma única pessoa. Felicidade: deitar, rolar, sonhar, esperar, e sentir que é esperado.Felicidade pode ser pipoca, guaraná, cama, lençol, chuva, pele nua macia, cheirosa...felicidade é todo esse conjunto de elementos, finitos mas que há em cada momento vivido o infinito do que se tem no momento.Confuso? Não ! Real? Sim! Claro! Real,! Mas felicidade é para quem busca, quem coragem tem, quem levanta cedo e batalha...Batalha!Sabes aquela carteira de identidade que perdestes? Sim,! Felicidade é para quem deixa sua carteira ali, bem na frente , lhe direcionando. Lembrando que é esse seu rosto, seu registro, sua origem.Coragem? Medo?Esperança!Não a perco! Não tenho medo de buscar o que acredito existir. Durmo na certeza que haverá essa momento e viverei com intensidade cada espaço. Hei de ser amiga, amante, confidente.Cúmplice de tudo, dos segredos, da dor, do passado,cúmplice presente, ouvinte e sábia nos momentos necessários.Felicidade está em um abraço, no morder dos lábios quando ele me tocar, está na menina de dia, e na mulher á noite. Felicidade está no ar de quem esperança tem.Afinal me pergunto, que vida há de quem morre para o amor? Que vida há de ter quem vive em uma caixa fechada?Sim, obrigações, forma de ganhar dinheiro, as compras, os bens, o carro, a casa, piscina,compromisso.Sim! QUE sentido viver com essa caixa fechada. Meu sentido está em abrir a caixa do coração, a caixa da essência do viver: O AMOR.Sim, amigo leitor, o amor não é esse desejo passageiro, rápido e sem sentido. Ele é sim, o fogo que arde e não se vê, já falado pelo apóstolo Paulo.O amor é esse tocar da alma, da pele, dos lábios, do ouvir, do falar, do suar, do sentir, viver o sonho do seu parceiro, acompanhar, conhecer e buscar caminhos que o torne feliz. Sim, meu amigo leitor, o amor não é me fazer bem, mas sim, te fazer bem, te fazer feliz, te fazer um homem de rosto e IDENTIDADE viva!

Fatimiha
Enviado por Fatimiha em 14/11/2010
Reeditado em 14/11/2010
Código do texto: T2614460
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