FUTEBOL: HARMONIA E SAÚDE

FUTEBOL: HARMONIA E SAÚDE

Dizem que Charles Miller quando trouxe a prática do futebol para o Brasil, esporte até então desconhecido; não sei se há algum registro oficial ou apenas histórias ou estórias do relato a seguir desse grande homem. Mas o que importa que essa prática serviu de experiência para alguém.

O Sr Miller era um homem que pensava positivo. Um dia teve uma ideia: formar um time de futebol com os homens de sua idade. O tempo de moço já havia ficado para trás. Já havia ensinado jovens. Mais tarde quando estava velho, ensinou os que tinham mais ou menos a sua faixa etária. Uma ou duas vezes por semana eles se reuniam para a prática do esporte. Na sequência outros grupos de homens experientes (que hoje chamamos de terceira idade), foram formados.

Lá pelo início do anos 50, num pequeno povoado do interior do Sul do país, alguém teve uma ideia semelhante. Inspirado no Pai do Futebol, decidiu formar um time. Seu Júlio de 71 anos costumava se reunir com os amigos com idade em torno dos 70, debaixo de uma árvore frondosa na pracinha. Ali construiu alguns bancos. Ele com os demais ficavam debaixo, jogando cartas, dominó, víspora... e contando causos e proezas do passado.

Seu Júlio e seu José, também de 71 que eram muito amigos, decidiram comprar um capotão (bola da época, feita de couro curtido por fora, e por dentro uma câmara de ar) e brincar num campinho, nos dias em que o mesmo não estivesse sendo ocupado. Seu Luiz e seu Antonio Pensaram numa ótima idealização. Sempre nos finais de tarde dirigiam-se até o local. O velho José conhecia bem as regras. Tornou-se o braço direito do pequeno clube. Dizia que já havia sido bom de bola. - Gabava-se. Os veteranos foram se reunindo, falaram que até a saúde havia melhorado com tal prática.

Um dia marcaram uma reunião na casa do seu Júlio, para delinear algumas coisas. Elegeram a diretoria e também o nome do clube. Aceitavam pessoas acima dos 60. Apesar de ter pessoas com menos de 70, o nome ficou sendo “O Clube dos Setentões”. E o time perdurou até a morte de alguns integrantes, inclusive do sr Júlio. Dizem que ganharam até de times que jogavam com pessoas jovens. A piazada se apurava com com os velhos de espírito jovem.

Numa feita marcaram um churrasco. Dessa vez reuniram os familiares de cada um. Tinha filhos, netos, bisnetos e algumas até com tataranetos na barriga. Todos descendentes dos velhos craques. Nessa confraternização era proibido a palavra “velho”. De repente na hora do almoço, o bisneto de um deles, um gurizinho, quebrou o protocolo. Gritou: “Viva o clube dos velhiiiinhos...” Foi uma gargalhada só.

Ma o exemplo ficou. É sabido que a prática do esporte faz bem à saúde. É bom para o corpo e pra alma. Bom seria se todos praticassem. Na minha opinião simples (não sou especialista no assunto), poderia evitar muitas doenças. Bola rolando ainda é sinônimo de alegria, saúde e equilíbrio.

(Christiano Nunes)