Vinícius

O dia foi 20 de maio do ano de 2008, quando adentramos o Hospital Aliança, na expectativa de trazer ao mundo um pequeno grande ser, VINÍCIUS, que mesmo chegando o dia do seu nascimento nos pareceu resistir em continuar no ventre materno lugar que lhe oferecia toda segurança e paz, verdadeiramente o oposto do mundo que o esperava.

Eis que chega o momento. Iniciam-se os preparativos. Entram e saem enfermeiras. Vovós, tios, amigos e primos que vão se achegando carregando o ambiente de um misto de espera e alegria.

Expectativas nos olhares, ansiedade, desejo de se ouvir logo o anúncio de mais uma vida, vida que trará alegria plena a todos os que ali aguardavam e aos papais que na sala de cirurgia, com os corações acelerados, passavam por um momento ímpar em suas vidas, recebendo de braços e corações abertos o fruto de um amor grande e sincero.

Os olhares se voltam para o berçário, lugar onde aqueles pequenos seres entram em contato com as primeiras exigências do mundo que os recebe. Aconchegado nos braços do papai, envolto a um lençol azul (a cara de hospital), surge Vinícius, de olhos abertos, parecendo nos dizer “cheguei”, estou aqui para alegria de vocês.

È isto mesmo, Vinícius, você nos traz uma felicidade sem limite, tornando nossas famílias mais ricas, pois nada nesse mundo se compara ao dom da vida.

Papai e Mamãe esperaram por você como ninguém. Prepararam-se para a brusca mudança em suas vidas. As noites já não serão tão bem dormidas, os finais de semana com os amigos já não serão tão constantes, as festas, o cinema, o teatro, os passeios de férias só quando você os permitir. Mamãe se entregou de corpo e alma para você. Para o seu bem até as vaidades femininas ficaram para depois: os cremes de corpo, o tratamento do cabelo lhe foram proibidos. Os seios, sob a orientação médica, buscaram uma nova formatação para facilitar a sua vida alimentar.

Tudo isso, Vinícius, tornou-se supérfluo (por enquanto) diante do significado da sua chegada e que, nesse momento me faz lembrar do Poema Enjoadinho de Vinícius (seu xará) de Morais “ Filhos...Filhos?/ Melhor não tê-los!/ Mas se não os temos/ Como sabê-lo?”. È preciso que os tenhamos para saborearmos o doce convívio, o milagre da vida, o desenrolar de uma ou mais histórias de alegrias e tristezas, de vitórias e derrotas, de certezas e dúvidas, de risos e choros, de saúde e doenças e a convicção de que tentaremos dar o melhor de nós para a formação de um ser humano, de alma e coração grandes para que possamos reafirmar a fala de Fernando Pessoa “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.

Seja bem vindo, meu Neto, e que Deus o abençoe sempre, em toda sua vida.

Diná Gomes Fernandes
Enviado por Diná Gomes Fernandes em 18/11/2010
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