Os Deuses Devem Estar Loucos II.

Tive que acordar mais cedo para “puxar ferro”, antes que a diarista chegasse. “Puxar ferro” quer dizer exercitar-me com alguns alteres que tenho em casa, nada mais.

O cãozinho da raça yorkshire, que se chama Sophia, não me largava o pé, mordendo-me violentamente o calcanhar, fazendo-me lembrar daquela cena do filme:

“Os Deuses Devem Estar Loucos II”,

Em que um animal rasteiro da África (o qual não sei precisar a espécie) se encrespou com um dos personagens principais, não lhe largando o calcanhar, vindo o mesmo a arrastá-lo por longo caminho no deserto, até o ponto em que, vendo-o cambaleante no deserto, mas mesmo assim o perseguindo, resolveu carregá-lo nos braços, denotando amor aos animais, à natureza em si.

É um filme altamente educativo, filosófico, social e humanista. Uma das cenas que mais me comoveu foi aquele em que o nativo que procurava os filhos os encontra. O abraço dos três caídos no chão, com os rostos colados e rindo até às lágrimas, é algo realmente comovente. Demonstra a persignação de um pai em busca dos filhos e a união de uma família mesmo vivendo em condições precárias na savana africana. O menorzinho nunca havia entrado dentro d’água... O pai não os abondona nunca, e havia lhes ensinado técnicas de sobrevivência, como quando o menor fugia da hiena, à qual não ataca animais maiores que ela, então o mesmo pega uma casca de árvore e coloca por sobre a cabeça, ficando assim maior que a hiena, que se afugente...

Um filme altamente filosófico, que ensina atenção aos pequenos valores da vida, ao sentimento, à compaixão e à família.

Outra cena interessante é a dos dois guerrilheiros de países distintos, um da África e outro de Cuba, que, sozinhos nas savanas, com poucos recursos, depois de se digladiarem por um longo período, acabam “se cansando” de guerrilhas, ao ponto do africano afirmar que o cubano não servia para ser prisioneiro, e o liberta, indicando o caminho e dando-lhe boa-sorte.

Num ambiente como aquele as coisas da vida cotidiana da cidade grande de nada servem. Vê-se na cena em que o nativo que procura os filhos apaga um incêndio na savana utilizando-se de técnica tribal, aprimorada inclusive pelos bombeiros, que consiste em combater o fogo ateando fogo na direção contrária, fogo contra fogo.

Savok Onaitsirk, 03.03.10..

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 23/11/2010
Código do texto: T2631661
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