A estrada do bosque

Esther Ribeiro Gomes

Vem, há uma estrada no bosque,

é a estrada do coração, onde nasce o amor

que não morre jamais!

(C.A. Bixio, Ermenegildo e N. Salerno)

Ah, os bosque italianos, românticos e encantadores...

Em Fiuggi, perto de Roma, há um bosque assim.

Suas estradinhas entrecortadas por árvores são perfeitas para o amor!

Num outono inesquecível, Dante e eu ficamos lá vinte dias, numa excursão que o governo italiano oferece gratuitamente aos italianos aposentados e residentes fora do país.

Cada ano uma cidade diferente é escolhida e os italianos que forem chamados para participarem desse passeio, só poderão viajar depois de três anos para dar oportunidade a todos.

O governo italiano oferece tudo grátis: passagens aéreas, estadia em bom hotel, com café da manhã, almoço e jantar, menos as bebidas.

Tenho uma amiga espanhola (de Barcelona), que já participou de várias viagens oferecidas pelo governo espanhol.

Creio que em toda Europa são oferecidas essas viagens aos conterrâneos que vivem fora de seu país.

É muito bonito ver países se preocuparem com seus cidadãos que vivem longe da pátria! Infelizmente não é o que vemos por aqui...

Todas as tardes íamos passear no bosque, admirar as belas paisagens, depois tomávamos um lanche e íamos dançar numa linda pista redonda de mármore que ficava no meio das árvores.

Foi uma experiência fascinante que até hoje acarinha minha alma...

Dante dançava muito bem e eu também... Até hoje gosto de dançar!

A orquestra tocava ritmos do mundo todo e nós dançávamos sem parar... Lembro-me que uma tarde ele não estava bem disposto e fomos embora mais cedo.

Quando estávamos saindo, um casal cruzou conosco e disse em italiano: Mas que pena, a melhor dupla do baile já vai embora?!

Uma das músicas que mais gostávamos, além de ‘La strada del bosco’, interpretada pelo inesquecível Gino Bechi, é ‘Balliamo’, interpretada por Luciano Bruno e também por Fred Bongusto, dois grandes cantores italianos.

Quando a orquestra tocava essas músicas, saíamos dançando, felizes!

Até hoje, quando ouço ‘Balliamo’ (Bailemos), sinto a mesma emoção:

‘Balliamo, è da tanto tempo che non lo facciamo'

(Bailemos, faz tanto tempo que não o fazemos),

'Balliamo, c´ è la musica che piace pure a te...’

(Bailemos, é a música que gostas também),

'Balliamo, sembra scritta per noi due questa canzone'

(Bailemos, parece escrita para nós dois esta canção)

'Balliamo, stretti, stretti, come tanto tempo fa...'

(Bailemos, apertadinhos como tanto tempo faz)

Conheci outros lindos bosques na Itália, mas esse foi o que mais me encantou!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 25/11/2010
Reeditado em 23/02/2011
Código do texto: T2635300