Do Zoológico`a Escola Politécnica

Do Jardim Zoológico á Escola Politécnica

Em todos os jornais, canais de televisão, revistas, blogs e até entre alguns políticos de plantão que “estão falando alto pelos botecos” do país e no exterior, não há quem não fale sobre a eleição do palhaço Tiririca. Virou motivo de chacota nas rodas dos autointitulados formadores de opinião.

Bem, vamos tentar voltar na história e relembrar algumas figuras que foram votadas, algumas até hoje no poder.

Em 1959 a população de São Paulo deu a um rinoceronte do zoológico local a expressiva votação de mais de cem mil votos para o cargo de vereador. Eu era, naquela época, uma criança, mas lembro-me das risadas do meu pai e dos amigos que, sarcasticamente comentavam: “bem feito, faria melhor que muito político que bate no peito contando suas falsas bravatas.”

Em 1982, e aí eu já era eleitor, o ex motorista da Ângela Maria e posteriormente cantor de nome, Agnaldo Timóteo, foi eleito deputado federal com a maior votação da história do Rio de Janeiro – 513 mil votos. Lembro-me que seu maior feito foi subir na tribuna e, imitando grotescamente o personagem Bugu (HQ do Maurício de Souza), bradava de microfone em punho: “alo mamãe, alo mamãe”. De fato, isso foi muito engraçado e rendeu boa fonte de gozação pros meios de comunicação. Talvez tivesse ido bem melhor se cantasse O Grito, seu maior sucesso.

Mas vamos ver agora o outro lado da moeda, dando somente três exemplos:

Antônio Carlos Magalhães, de alcunha Toninho Malvadeza, formou-se em medicina pela Universidade Federal da Bahia em 1952. Ingressou na política quando ainda estudante sendo presidente de centros acadêmicos e diretórios das escolas em que estudou. Foi governador da Bahia por três vezes, sendo que, duas delas, nomeado pela ditadura militar. Seus mandos e desmandos, seu fisiologismo são conhecidos por todos, não sendo necessário aqui relatar. Quando partiu desta para pior, vários muros de Ribeirão Preto amanheceram pixados: “já foi tarde”.

José Sarney bacharelou-se em direito pela Universidade Federal do Maranhão em 1953. É membro da Academia Brasileira de Letras e na política foi, entre outros cargos, presidente do Brasil. Lançou o patético plano cruzado. Fazendo-se valer da sua autoridade, nomeou toda a população brasileira para o cargo de “fiscais do Sarney”. Teve até um “trouxa” no Rio Grande do Sul que bradou na frente de uma câmara de TV: “este supermercado está fechado em nome do Presidente Sarney”. Coitado do “pagador de mico”. Deve ter vergonha das gozações que sofre nas ruas até hoje

.Em 1954, a Escola Politécnica do Estado de São Paulo, entrega o diploma de engenheiro a Paulo Salim Maluf. Começou sua carreira política como prefeito biônico da cidade de São Paulo e teve seu ápice como governador do estado homônimo. Rei das obras inacabadas e superfaturadas acabou tirando umas merecidas férias vendo o sol nascer quadrado.Bem, entre a marchinha de carnaval que dizia: Ca ca ca Careço, Cacareco é o maior..., passando pelo “rouba mas faz” e terminando no “pior que tá não fica”, o que é melhor para a Nação? Um político sem curso superior ou um doutor com vários outros títulos?

Acredito que, independente das Letras ou não, seja alguém seriamente engajado no desenvolvimento econômico, segurança, saúde, moradia e educação, garantindo dessa forma o bem estar do povo.

Deixo por fim, para vocês refletirem, e com um pedido meu: Pedro Simon, pelo amor de Deus, arrume algum médium que traga o Jefferson Peres de volta.