Reflexões Sobre Um Lapso de Tranqüilidade, Pássaros e Liberdade...
É bom se sentir bem pela manhã. Parece pleonasmo, mas é apenas para conferir mais clareza à expressão.
O primeiro lapso de consciência que se tem do dia deve ser encharcado com fluidos de tranqüilidade, controle e realização. Coloque em mente que tudo na vida passa, que tudo é muito tênue, e que se enervar por que quer que seja é pura besteira.
Busque o bem estar, mesmo que dentro de um campo de concentração. Que isso não ocorra, mas vale o exemplo. Aliás, quando um homem está bem consigo mesmo jamais desenvolverá por si próprio um campo de concentração ou sequer praticará atos destrutivos contra qualquer ser vivo.
Concentração, eis a palavra; concentração focada a um ponto de realização, ou a vários, dependendo do grau de ambição do sujeito. Mas ambição deve ser usada com moderação, assim como tudo na vida. Água em excesso mato; amor em excesso também mata.
Os pássaros engaiolados do Sr. Jacir cantam esplendorosamente, principalmente pelas manhãs. Cantam ou choram? É bonito ouvi-los, trás tranqüilidade e um retorno à natureza. Mas, terá sentido isso se sabemos que estão engaiolados?
Espero que um dia o Sr. Jacir devolva a liberdade a esses pobres seres.
Com o avançar do dia, com o barulho dos carros, eles cessam por enquanto. É mesmo pela manhã seus momentos de maior saudade da liberdade, vista pelas finas grades enferrujadas de suas gaiolas malditas.
E realmente a manhã é o melhor momento para se viver, onde o corpo e o dia estão descansados das sombras da noite, onde renovam-se as esperanças com o surgimento mais uma vez do incansável sol a esquentar as almas manquitolantes deste Planeta Terra. Por isso os pássaros choram mais pelas manhãs...
A melhor forma de vida é a interna, eu diria para consolar os pobres pássaros engaiolados deste mundo afora, que reproduz o mundo exterior a seu modo. Cada um faz o mundo que quiser, moldando-o de acordo com seus pensamentos. Mas certamente os pássaros replicariam dizendo que não pensam, portanto gostaria apenas de voar... Diante tal argumento, me quedaria inerte, meditabundo e entristecido, por não poder arrancá-los dali neste exato momento, e pisotear suas gaiolas com uma fúria selvagem.
Savok Onaitsirk, 06.10.09.