Fim de ano, planos para agora

Hoje é 1º de dezembro. Dia que tradicionalmente se acendem as luzes de Natal, que se montam as árvores e presépios. Embora por aqui os mais empolgados já tenham decorado suas casas, sempre foi no primeiro dia de dezembro a chegada oficial do que chamamos espírito natalino. Já no início de novembro era possível ver iluminação, guirlandas, bolinhas e árvores em portas e janelas dos mais apressadinhos.

Toda vez que escrevo sobre este período levo bronca de um monte de gente à minha volta. É que não gosto do fervo insano, principalmente no comércio, e fico profundamente irritada por não conseguir andar nas ruas, entrar nas lojas e comer em restaurante no fim de semana. É Nataaaaaaaaaaaal e por isso todo mundo se vê no direito de enlouquecer.

Também não compreendo aquela quantidade exorbitante de comida nas mesas de Natal. Aliás, pelos menos entre as pessoas que conheço só se pensa em comida quando se trata da organização do encontro em família na noite de 24 de dezembro. “Você leva o pernil, eu levo frango, fulana vai levar bacalhau ... maionese, farofa, rocambole, peru, arroz, rabanada, frutas da época e importadas, churrasco, muuuuita bebida...” E o Natal, que para mim deveria ser outra coisa, vira uma comilança que chega a dar náusea. E a mesa acaba ficando lá, com as sobras que ninguém dá conta, nem no dia seguinte. Pra quê?

Mas, longe de parar neste lugar de repugnância que sempre me vejo nesta época, preferi fazer um exercício interno de alegria suprema, para conseguir encerrar meu ano satisfeita. Afinal, apesar das perdas familiares sofridas nos últimos meses, minha saúde está perfeita, com meu filho idem, meu trabalho se desenvolve cada vez melhor, lancei meu primeiro livro e, às vesperas do Natal, estou de mudança.

Decidi fazer antes o que todo mundo planeja para fazer depois. Ou seja, não estou projetando nada para 2011; tudo o que posso estou realizando agora. A vida me pede isso, com urgência, e sigo fazendo. Em pleno movimento comercial de compra de presentes, lá estou eu, enfrentando filas e tumulto para comprar utilidades domésticas para a minha casa nova, onde pretendo estar quando brindar a chegada do novo ano.

E percebo que este exercício tem sido muito saudável. Não estou nem um pouco angustiada com planos, projetos e desejos, muito menos frustrada por terminar o ano sem muitas realizações. É claro que a viagem ao exterior, a casa na praia, o carro do ano e perder 15 quilos não saem dos sonhos. Porém, por enquanto, executo o que posso e fico plenamente satisfeita. Penso, logo faço. E garanto esta tal felicidade que muita gente diz que não existe, mas que está aqui dentro, bombando.

Giovana Damaceno
Enviado por Giovana Damaceno em 01/12/2010
Reeditado em 01/12/2010
Código do texto: T2647451
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