Viagem às estrelas.

Viagem às Estrelas.

Eu morava na cidade de Campos, no Estado do Rio de Janeiro e vinha sempre ao Rio, para comprar roupas no “Saara”, no centro da cidade. Eu revendia essas roupas em Campos, ganhando algum dinheiro que me ajudava no orçamento. Por isso, viajava freqüentemente à noite. Foi numa destas viagens, na ida para Campos, que tudo aconteceu:

O ônibus corria tranqüilamente pela estrada. A lua clareava tudo, como se fosse um lustre de cristal gigantesco e mágico! O céu estava coalhado de estrelas! Podíamos ver claramente as constelações brilhando como lantejoulas celestes! Era uma noite belíssima!

Em um certo ponto da estrada, eu e os outros passageiros, avistamos algo estranho no espaço!

Foi um tremendo alvoroço dentro do ônibus, quando constatamos que aquilo não era nenhum avião nem nada que conhecíamos! O motorista encostou o ônibus no acostamento e rapidamente, todos descemos para olhar aquele estranho objeto! Era enorme!

Tinha a forma arredondada e luzes coloridas brilhavam todo o tempo, correndo em volta do que chamamos: “disco voador”. O objeto pairou acima de nossas cabeças por alguns minutos como se nos observasse e como um raio, desviou-se para frente e voltou para perto de nós. Os passageiros entraram em pânico, pedindo ao motorista que seguisse com o ônibus. O medo era geral! Estranhamente, eu não sentia nenhum medo! Eu olhava para o disco fascinada! Eu queria saber quem eram aqueles seres do espaço! O que vinham fazer aqui?

O motorista apavorado pediu aos passageiros que entrassem no ônibus, mas não conseguiu dar a partida! Nada funcionava! O ônibus enguiçara! Estávamos presos na estrada! E aquele enorme “disco” pairando sobre nós, era realmente assustador!

Eu era a única passageira fora do ônibus. Meu coração parecia querer saltar do peito, tamanha a emoção de estar vivenciando tal experiência! Uma pergunta, vindo de não sei onde, cruzou a minha mente: “-Você está com medo?”

-Não! –eu respondi, compreendendo que alguém falava comigo através de telepatia.

-Quer nos conhecer? –Perguntaram.

-Sim. – Respondi.- Não é perigoso?

-Não há nenhum perigo. – Responderam.

Então eu quero conhecê-los. –Eu disse.

Inesperadamente, daquela imensa espaçonave saiu um raio de luzes multicores! Recebi instruções para me aproximar e como se fosse feita de algodão, fui “sugada” levemente para a nave. Eu estava nervosa, ansiosa, mas não com medo! Não sei por quê, mas eu estava certa de que fossem quem fossem, aqueles seres não me fariam mal algum!

Entrei na nave e os vi! Eu estava maravilhada! Nada do que lera a respeito de discos voadores, fazia jus àquelas pessoas. Eu ouvira falar de seres estranhos, do “ET de Varginha” com olhos enormes e cabeças pontudas! Mas, as pessoas que me receberam na nave eram completamente diferentes!

Eram dois homens e uma mulher! Belos como deuses nórdicos! Eram altos, fortes, tinham cabelos muito loiros, olhos de um azul celeste e os mais belos sorrisos que eu já vira!

Faziam com que eu me lembrasse de um super-herói (Thor! O Deus do Trovão!) dos desenhos animados da minha adolescência!

Pareciam Víkings! Vestiam-se como Vikings!

A nave alcançou o espaço! Eu podia ver a Terra, maravilhosamente azul! Linda! Lágrimas de emoção brotaram dos meus olhos! O imenso globo terrestre, flutuando entre as estrelas do firmamento, traziam-me a certeza da existência de Deus! Eu não conseguia falar!

-Seja bem vinda! –A mulher disse.- Estamos felizes por você aceitar o nosso convite.

Eu sou Sybil.

-Estamos contentes por saber que confia em nós. –disse o homem mais alto.

- Sou o comandante desta nave. Meu nome é Zagar.

-E eu sou o que vocês na Terra chamam de médico. – Disse o segundo homem.

- Meu nome é Kalem.

Eu ouvia essas palavras por telepatia. Eles permaneciam sorridentes todo o tempo.

Mostraram-me a espaçonave! Era a coisa mais linda que alguém pode imaginar!

Painés coloridos brilhavam como estrelas. Mil luzes piscavam sem parar!

-Quem são vocês? – Perguntei. – De onde vieram?

- Somos de uma outra galáxia. – Respondeu Zagar. Não posso revelar qual. Os terráqueos ainda não estão preparados para nos conhecer.

-Então por quê me trouxeram? – Perguntei.

-Porque você se interessa! – Respondeu Sybil. – De vez em quando, um de vocês se mostra verdadeiramente interessado em nos conhecer. São pessoas de mente aberta, que sabem que existem muitas coisas, ainda desconhecidas dos seres humanos.

- Então por que vocês não se revelam ao nosso planeta, de uma vez por todas? – Perguntei. -Por que não se dão a conhecer?

- Porque ainda não está na hora! – Disse Kalem. – Os seres da Terra ainda têm muito que aprender. São seres bárbaros, que ferem a natureza sem perceber que destroem a vida do planeta e assim, prejudicam todo o Sistema Universal! Matam seus irmãos! Acumulam riquezas! Fazem guerras por um pedaço de terra! Destroem a vida! E depois culpam Deus, pelas catástrofes que sofrem! São eles próprios, os responsáveis por Tsunamis, Furacões e Terremotos!

-Algum dia, isso tudo vai acabar! –Disse Sybil. – Os terráqueos vão aprender, que nada é mais valioso do que a vida. A vida dos animais, das florestas, da natureza em geral! Somos todos, partes do universo, criados por uma força que vocês chamam de Deus! Vocês têm tudo o que precisam! Têm água e alimentos em abundância! Mas a ganância do homem leva-o a querer acumular sempre mais, ainda que seus irmãos morram de fome! Vocês terão que aprender a cuidar uns dos outros! Vocês têm que aprender a viver em paz e a repartir tudo por todos!

-Mas se vocês se apresentassem na Terra, não seria mais fácil ensinar tudo isso? – Eu perguntei. – Por que vocês se escondem?

- Se nos mostrássemos agora, seríamos presos, levados para seus laboratórios, e provavelmente dissecados, como seus pobres animais, cobaias de laboratório. – disse Kalem.

- Chamariam a imprensa, alguns ganhariam muito dinheiro e montariam um verdadeiro circo! E continuariam sem compreender que somos todos, partículas do Criador! Não! Ainda não é a hora! Preferimos trazer pessoas como você, que compreendem a nossa missão. Vocês ensinarão aos seus filhos e netos o que aprenderem aqui! Vocês convencerão os céticos e ensinarão aos seus amigos! Muitos não acreditarão! Mas se alguns, mesmo que poucos, acreditarem, então já estará sendo feito algum progresso! É preciso lançar a semente para que germine!

-Seu planeta corre sério perigo! – Disse Sybil. – Se não pararem com as guerras, com as matanças, com os desmatamentos, com as queimadas, haverá uma grande devastação!

Vocês sofrerão muito! A água do planeta vai secar! Homens, florestas e animais vão morrer!

E os que sobreviverem, sofrerão algum tipo de mutação! E isso afetará outros planetas, pois somos todos, partes do Cosmo! Somos criaturas do mesmo Ser Supremo!

Você deve escrever sobre isso! Não importa que a maioria não acredite! Não importa que a chamem de louca! Se uns poucos, acreditarem, terá valido à pena!

Prometa que vai escrever tudo o que lhe ensinamos!

-Eu prometo! –Eu disse, muito impressionada. Não sei se vai adiantar, mas farei a minha parte. Eu prometo!

-Vamos levá-la de volta! Não se preocupe: Ninguém perceberá o que aconteceu! –Disse Zagar.

Pela janela da espaçonave, vi a Terra se aproximando, vi as paisagens belíssimas com oceanos, florestas, rios e montanhas! Em silêncio, roguei a Deus para que me ajudasse a levar o que aprendi aos meus irmãos da Terra, para que as maravilhas que eu estava vendo, jamais se acabassem e que o homem não destruísse um mundo tão perfeito!

A estrada foi se aproximando. A espaçonave pairou sobre o ônibus e despedindo-me com abraços dos meus novos amigos, desci flutuando lentamente, até a estrada.

A maravilhosa máquina desapareceu no céu e os passageiros do ônibus começaram a me chamar: -Entre logo! –Disse uma passageira sorrindo. – O motorista já consertou o ônibus!

-Já vou! – Eu disse. – E percebi que ninguém notara o que aconteceu!

Não sei quanto tempo tudo durou! Perdi a noção do tempo! A viagem de ônibus transcorria tranqüila e eu me perguntava: -Será que tudo aconteceu realmente? Será que não foi tudo um sonho? Uma alucinação?

A passageira sentada ao meu lado segurava uma criança de uns três anos, que me fitava sorridente! Olhei mais atentamente e vi os cachinhos loiros, a pele branca e os olhos mais azuis que eu já vira. De repente, piscou-me um olho, sorrindo! Sorri de volta e perguntei:

-Qual o seu nome?

- Kalem. –Respondeu sorrindo.

-Coincidência? -Pensei.-Que nome lindo! De onde veio? –Perguntei a mãe do menino.

-Eu sonhei com esse nome quando estava grávida. – Respondeu-me. -Um homem me apareceu em sonho e pediu que eu desse esse nome ao meu filho! Acho que foi um Anjo!

- Não pode ser coincidência. – Pensei. -O menino esticou os bracinhos em minha direção, e pedi à sua mãe para segurá-lo no colo.

-Eu vi tudo! –Disse baixinho o menino, levando um dedinho aos lábios. -Você foi pro céu!

-Levei um susto! Então não foi um sonho! Sybil, Kalem e Zagar existiam mesmo!

Eu realmente viajara numa espaçonave! Eu tinha uma missão! E teria que levá-la adiante, como prometera!

Já contei a minha experiência para muitas pessoas. Algumas me acreditaram, outras não! Mas vou continuar!

Minha estória é real! E se os homens não se unirem para acabar com tudo o que está errado, então que Deus tenha pena de nós! Se continuarmos nos matando e destruindo a natureza, seremos exterminados!

Espero que você, leitor, me acredite! Que você possa ser um defensor da natureza!

Não importa que você não possa fazer grandes coisas! Comece por pequenas coisas: Reciclar o lixo, não desperdiçar água e espalhar o amor e a solidariedade a sua volta!

É um bom começo!

Quem sabe, se agirmos assim, um dia a Terra será o paraíso que todos nós queremos para os nossos filhos e netos?

Adeus Sybil, Kalem e Zagar! Ou será até breve?

Nilda Dias Tavares.