Símbolos de Natal

Esther Ribeiro Gomes

Na minha infância, o maior símbolo do Natal era o presépio, exibido em todas as casas, nos mais diversos tamanhos.

O nosso não era grande, mas era lindo!

Nem bem terminava novembro e eu já queria montá-lo...

Então minha mãe, pacientemente, ia buscar a grande caixa guardada carinhosamente todos os anos e começávamos a retirar todas as peças, colocando-as em cima de um móvel reservado especialmente para ele. Era muito divertido e gratificante...

Na casa da Maria Lúcia, minha melhor amiga, havia um presépio enorme e todas as crianças do bairro iam lá para vê-lo.

Havia também árvores de Natal, mas não tinham a mesma importância do presépio, onde o Menino Jesus em sua pobre manjedoura era o centro das atenções!

Tudo transcorria num clima de paz, fraternidade e alegria...

Importante, naquela época, era a preparação para o Natal, as novenas em que o Menino Jesus ia cada noite em uma casa, a Missa do Galo, enfim, os valores eram outros, não havia esse consumismo doido e essa exaltação ao Papai-Noel...

Lembro-me das ceias na casa da minha tia, onde o prato principal era um delicioso leitão à pururuca que chegava fresquinho da fazenda do meu avô! Nossa, que delícia, derretia na boca...

Hoje só se fala em peru, tender, chester, etc...

Tenho saudades dos Natais da minha infância, onde não havia essa correria maluca, lojas superlotadas, pessoas estressadas, gastando mais do que podem, numa insatisfação generalizada, sem falar no caos que se transforma o trânsito!

Ah, doces Natais que não voltam mais, onde apenas as crianças recebiam presentes e o único homenageado era o aniversariante: JESUS!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 02/12/2010
Reeditado em 09/12/2010
Código do texto: T2648577