Amigos: a família que a gente escolhe

Certa vez ouvi a seguinte frase de um amigo:

- Quer saber quantos amigos você tem? - perguntou ele.

- Dê uma festa. - ele mesmo respondeu.

Agora, se quer saber quem são os seus amigos de verdade, fique doente. - continuou ele.

Nunca mais esqueci esse pensamento, pois me lembro que à época eu estava mesmo doente, e dava para contar nos dedos as pessoas que se lembraram de me procurar, de saber o que eu tinha, se era grave ou não, enfim...

Não generalizo nada, sempre acredito que haja as exceções em todo tipo de situação, mas não pude deixar de pensar no que este amigo me falou quando passei por uma grande perda, aliás, sempre que passo por uma provação, por momentos de profunda tristeza, vejo que este é um dos pensamentos mais verdadeiros que já ouvi.

Há um tempo me peguei sentindo saudade de alguns “amigos”, das festas que fazíamos, das saídas, das confidências e de tudo que vivi com eles.

Depois, analisando melhor as lembranças, vi que só podia estar fora de meu estado normal. Como podia estar sentindo falta de meras ilusões? Será que eu os perdi, ou eles que se perderam de mim? Não, não. Nada disso. Ninguém perde o que nunca teve.

E a realidade é que eles nunca foram meus, mas sim, eu deles.

Existe a diferença entre amigos e companheiros por instantes, e foi esse o papel que eles desempenharam. Não digo nem companheiros, porque isso engloba um todo bem maior. Foram boas companhias por alguns momentos e nada mais.

Eu andei perdida, meio sem rumo, sem saber para onde ir ou o que fazer, mas quando tudo parecia perdido, fui resgatada.

Descobri que tenho amigos de verdade, sim. Não aquele número exorbitante que pensei, mas um número bem menor, porém, muito mais verdadeiro e especial.

Como sou a favor da qualidade e não da quantidade, digo que tenho os maiores tesouros do mundo.

E se amigos são a família que a gente escolhe, a minha eu escolhi muito bem, pois tenho ao meu lado pessoas incríveis e raras, um bem que não vendo e não troco, e são eles que me fazem enxergar que ainda existem pessoas capazes de se interessar, apenas, pela amizade em si.

Amigos são anjos que mesmo sem asas, nos equilibram para que possamos continuar o voo.

Vanessa Pires
Enviado por Vanessa Pires em 03/12/2010
Reeditado em 01/04/2011
Código do texto: T2651324
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