A profissão mais antiga do mundo

Esther Ribeiro Gomes

As prostitutas, mulheres da vida, meretrizes, putas, ou, modernamente,‘garotas de programa’, têm a profissão mais antiga do mundo, inspirando poetas e compositores como Chico Buarque de Holanda (Folhetim), Cartola (O mundo é um moinho), Wando (Moça) e muitos outros...

No nordeste são chamadas de quengas, para os italianos, ‘puttanas’, enfim, seja que nome tenham, são em sua grande maioria mulheres sofridas que não tiveram outra opção na vida.

Costumam dizer que são mulheres de ‘vida fácil’, mas de fácil a vida delas não tem nada!

No interior elas são confinadas num lugar chamado ‘Zona’ e muitas vezes foram parar ali por terem sido expulsas de casa por um pai muito severo, quando deram um ‘mau passo’, como se falava antigamente.

Minha mãe teve uma grande amiga que tinha sido prostituta e um conhecido dono do cartório da nossa cidade, depois de muitos anos de amor, tirou-a da ‘Zona’ e casou-se com ela.

Foi a melhor esposa que um homem poderia desejar...

Cozinhava divinamente (seu pastel era delicioso), era um amor de pessoa, e nós gostávamos muito dela.

Tinha um temperamento dócil, alegre e conviver com ela era muito prazeroso.

Eu era criança, mas tenho ótimas recordações dela e adorava visitá-la, pois tinha sempre petiscos e doces deliciosos para nos oferecer.

Nossa amiga e o marido viveram felizes por mais de quarenta anos, até o falecimento dela.

Mas ele não suportou a perda da companheira de tantos anos e algum tempo depois foi se juntar a ela!

O adjetivo ‘prostituta’ não é mais privilégio feminino, haja vista a proliferação de ‘garotos de programa’ que vieram se juntar às ‘garotas de programa’.

Hoje as ‘prostitutas profissionais’ estão perdendo terreno para

as ‘amadoras’, como dizia minha mãe...

Infelizmente, com a chamada ‘liberdade sexual’, o sexo tornou-se muito fácil e banal. Confundem liberdade com libertinagem...

Finalizando, há muito preconceito e hipocrisia, pois a ‘sociedade’ que condena, é a mesma que consome...

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 03/12/2010
Reeditado em 03/12/2010
Código do texto: T2651457