"O NATAL, UM SONHO QUEBRADO" Crônica de: Flávio Cavalcante

O NATAL, UM SONHO QUEBRADO

Crônica de:

Flávio Cavalcante

Está chegando o natal. Que alegria ter uma lembrança tão gostosa dos tempos de outrora. Festividade que se tratava de uma festa em família e muita união. Festa onde o sonho era fervoroso na cabeça da juventude á espera de um presente misterioso. A crença no papai Noel era comum e no dia de natal todas as crianças iam pra cama tentando ficar acordada para ver a chegada do tão sonhado papai Noel e pra saber qual seria o presente que o velhinho alegre de barbas brancas e longas traria em sua sacola vermelha.

A energia acumulada do dia não deixara esperar á hora tão desejada. Do quarto, com a luz tênue sempre se via o clarão da árvore de natal com suas bolas coloridas e luzes de cores variadas que piscavam freneticamente e ininterruptamente. O sino da matriz soava ao chegar meia noite, pois anunciava a chegada de mais um aniversário de nascimento do menino Jesus. Outrora se via de fato uma sensação gostosa da chegada do natal, onde famílias inteiras independentes de classe social davam as mãos para comemorar esta data de muito amor e respeito.

Os sonhos eram intensos. As festividades religiosas eram contagiantes. O homem trabalhava intensamente para sustentar a sua família e dá educação aos seus filhos promovendo-os um futuro melhor e tornando-os cidadãos de bem. A mulher respeitava o marido e o povo vivia bem. O mundo quase não se ouvia falar em violência. Ninguém jamais poderia imaginar que todos estes sonhos iriam criar teia de aranha dentro de um baú e nada significaria no passado. Papai Noel hoje em dia na cabeça da criança é coisa de idiota. As festividades natalinas perderam o seu espaço para o consumo e o comércio. Serve apenas para encher os bolsos dos comerciantes que lotam suas lojas fazendo propagandas enganosas nos meios de comunicação. Assim, o sonho real do passado passou a ser um sonho quebrado e as crianças não têm mais aquela expectativa de antes.

Não obstante de ver as crianças que tinham uma liberdade de ir e vir sem problema algum. Contrário dos dias de hoje. Elas vivem enclausuradas dentro de um quarto onde bastando por a cara na janela corre o alto risco de serem alvejadas com um tiro por causa das guerras entre facções e policiais. O desamor tomou conta do hoje, afogando o que foi pregado e produzido no passado. O presente do natal de uma criança moderna em lugares de risco é uma metralhadora, um revólver na cintura pra defender e proteger o tráfico que se responsabiliza pela destruição deles próprios. Os bate-papos em família se resumem hoje em dia em comentar violência, gerando discórdia e desunião.

A troca dos alimentos natalinos pelos produtos expostos em cada esquina das comunidades e os doces, panetones, mesa farta, como outrora se resumem na distribuição em massa das drogas, deixando as crianças felizes momentaneamente por causa do vício, presenteando o tráfico, responsável pela destruição desse lindo passado que hoje é apenas figura em páginas de livros. Meninos e meninas que deveriam estar em escolas, comemorando férias de fim de ano, hoje na maioria, encontram-se presas á cocaína, maconha, heroína e outras porcarias que tomaram a vez das grandes festas e sonhos das crianças, que carregam outras crianças no colo, que logo cedo começam a conhecer de perto o lado negro influenciados pelos seus pais também crianças viciadas. Enfim, lamentavelmente um criadouro de serpentes e futuros delinqüentes.

SALVEM-SE QUEM PUDER!

FELIZ NATAL PARA TODOS

Flávio Cavalcante

FIM

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 10/12/2010
Código do texto: T2664785
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