ELE MORREU...

A cidade estava acordando naquela pacata manhã em sua rotina de interior, o trabalhador despede-se de sua cama para o dia de trabalho, as crianças vão para a escola, a vida segue seu rumo...

Porém algo acontece e interrompe a calmaria daquele dia, e como toda má notícia corre mais que pensamento, logo chega ao conhecimento de todos, sem demora a cidade fica sabendo: “Ele morreu...”

O comentário corre de boca em boca e logo se faz conhecimento de todos na cidade, as escolas são fechadas porque ele morreu; como sinal de respeito ao protocolo e á etiqueta, a Prefeitura decretou luto na cidade porque ele morreu; os cidadãos ilustres, o comércio, tudo parou porque ele morreu...

Até que se reuniu um pequeno grupo de pessoas amigas e foi levar suas condolências e seu companheirismo a família, e também descobrir a razão da morte tão repentina.

Qual não foi a surpresa daquele eclético grupo de curiosos parado junto a casa dele, pois lá estava ele, sentado em sua varanda, calmamente aconchegado em sua cadeira de balanço, fazendo seu desjejum e olhando para a rua com aspecto sereno, mais vivo do que nunca...

Sem defunto ilustre e sem velório para “se ajuntar”, cada um retorna a sua rotina diária. E a vida segue seu caminho, o sol se põe sobre esse dia na pacata cidadezinha onde o “Gavião Cova” quase anuncia um ilustre defunto que não morreu...

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 12/12/2010
Reeditado em 12/12/2010
Código do texto: T2667053
Classificação de conteúdo: seguro