Encurralado

Eu nunca sei o que escrever, numa crônica. E desta vez, não será diferente.

Hoje, as palavras estão quietinhas, mansas, cada uma em seu lugar. Sei que há tantos assuntos em pauta pelo mundo, que eu poderia muito bem abordá-los por aqui.

No entanto, não quero pensar em nada, nem muito menos redigir as angústias que assolam a sociedade moderna.

O que me importa agora é escutar, apenas o meu silêncio. Observar com minúcias os movimentos desenfreados da caneta que escreve frenética, as letras que constroem esta crônica.

Crônica de uma cronista, cujos seus olhos, embora fadigados, cintilam a cada frase gerada pelo seu malogrado coração.

Escrever me queima os ossos, me traz mais compaixão e sensibilidade. Faz-me ver o planeta com misericórdia e esperança. E o melhor disso é acreditar, que posso tocar em vidas espalhadas em lugares, nas quais meus pés nunca pisaram ou quem sabe um dia fixarão morada.

Sigo escrevendo, encurralando-me entre palavras para me achar no mundo.

Mayanna Davila Velame
Enviado por Mayanna Davila Velame em 13/12/2010
Código do texto: T2668545
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