EU HEROÍ

Nas anotações de minhas lembranças fui encontrar lá no fundo, um episódio bem diferente.

Ao levar a família para comer uma pizza na rua 90 do Setor Sul, nas imediações do colégio Elefantinho havia uma lombada de acordo com a cultura da época. Uma lombada de verdade, daquelas de cocuruto, daquelas bem altas. Quando me aproximava dela um motoqueiro me cortou pela direita em boa velocidade e não vendo a lombada foi jogada para cima caindo primeiro no chão de que a moto que caiu justamente em cima de sua cacunda.

Parei o carro e fui correndo socorre-lo. Era uma moto velha e toda mau enjambrada, o tanque despreendeu-se da ferragem de onde começara a escorrer gasolina. Com medo de tudo pegar fogo, removi a ferragem de cima do rapaz que vestia um macacão sujo de graxa.

Conclui é um mecânico. Logo após alguns gemidos ele se recuperou começando a montar a moto. Após colocar as peças no lugar certo acionou a partida que pegou depois da terceira pedalada. Tudo bem sem nem ao menos me dizer obrigado saiu em nova disparada lá para as bandas da Avenida 136.

Goiânia, 13 de dezembro de 2010.