PICOLÉ NO VERÃO

Sol, calor, roupas expondo mais o corpo, as cavas, os decotes, pernas desnudas em bermudas.

Nada de preguiça de sair da cama, horário de verão com dias mais longos e produtivos.

Mexer com água, banhos frios e o corpo com arrepios que passam depois.

Andar por jardins e praças com muito verde.

É verão e o picolé na mão...

Um pingo atrevido cai no seio semi descoberto, passo o dedo e colho o pingo de sabor uva a escorrer interrompendo sua descida e levo-o à boca e dou uma lambidinha .

Liberdade total...Ninguém a quem prestar contas.

O dia pode ser de total preguiça.

Os pés em sandálias confortáveis...Perfeito dia de verão.

O céu de um azul incrível, uma nuvem branca aqui, outra acolá.

Ser livre como os pássaros que revoam de um parque a outro em bandos barulhentos, é o que há de melhor.

Chuvas? Só as de verão...Adoro cheiro de chuva. Elas vem rápidas e se vão.

Tempo de amar.

Tempo de esquecer.

Tempo de recomeçar.

Tempo de perdoar.

Tempo de conhecer a mim, a você.

Tempo de descoberta.

Tempo de criar arte.

Tempo de fazer arte.

Tempo de não ser séria, de não ser adulta, de correr riscos, de sentir emoções descabidas e abruptas.

Tempo de me envolver com tudo e ao todo.

Tempo de não parar, de não morrer.

Tempo de esperar o tempo de amanhã passar.

Cálidas lembranças, fortes esperanças.

Aonde brotará a semente que joguei ao léu e o vento espalhou...hummmmm...

A saudade minada sem permissão, o desejo adormecido sem emoção.

É preciso leveza pra ser feliz.

É preciso dureza para ser aprendiz.

É preciso clareza para ser princesa

É preciso inocência para desenhar com giz.

É preciso coragem para ser teu juiz.

Sem claridade não caminho, só tropeço.

Sem a escuridão sei que não amanheço.

Sem buscar um fim não há começo.

Sem me amar eu sei que não me conheço.

Mas parece tudo sem pé nem cabeça, nada correto tudo às avessas...

Ordem nessa bagunça !

É só um dia de verão, quero preguiça e um picolé na mão.

"Necessitamos de tão pouco para viver e perceber que a vida é simples e complicada o que tememos é não sabermos sobre o segundo seguinte e fecundo".

Claire Fernandes
Enviado por Claire Fernandes em 15/12/2010
Reeditado em 29/10/2011
Código do texto: T2672519
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