Céu de Dezembro.

Em dezembro meu olhar se volta inteiro ao que foi ontem e ao que será amanhã, janeiro.

Dias quentes nos quais abraço a quem vejo e mesmo a quem não vejo sinto tão perto, tão dentro.

Escorre o sol em minha pele seivando palavras que expressem a vontade de um amor incandescente no qual insisto em crer. Vale a pena renovar o desejo a cada dezembro.

Domando a ansiedade, própria do mês corrente, como se o mundo disparasse para acabar ali na frente, sigo querendo acertar meus passos com a vida antes que outro ano se faça presente.

Adiarei, entretanto, suas exigências. Deixarei para amanhã as compras às quais me entregarei de qualquer jeito. Certamente esquecerei alguém e morrerei de aflição por alguns segundos no Natal.

Reprisarei alguns votos monotonamente. Evitarei o trânsito e a tristeza loucamente. Esquivar-me-ei de outras pessoas em shopping centers. Mas desejarei amar enormemente.

Com todos os transtornos e tropeços; com os calores e as saudades que se acentuam mês adentro, ainda assim, aqueço a esperança ao céu de dezembro.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 15/12/2010
Reeditado em 19/02/2011
Código do texto: T2673808
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