Morrer de tristeza ou clamar esperança?

O aquecimento global chegou pra valer! Senti isso ao notar o mau-humor imperando nas pessoas e principalmente em mim. Uma vontade existencialista de pôr um fim nisso tudo tomou conta da situação. Não vejo mais graça em nada.

Meus prazeres se limitaram a encher a cara de cerveja todo fim de tarde, deixando a cachorra lamber meus pés.

Meus prazeres, há quanto tempo não controlo? Há quanto tempo vêm me absorvendo como esponja de limpar bunda de nenê!?

Todo fim de ano simboliza o fim de uma fase da vida. Choramos as boas que se foram, e que talvez não as tenhamos mais; as ruins são prontamente enviadas aos arquivos internos do esquecimento. Para o futuro fica a expectativa de que dias melhores virão.

Amanhã quero acordar outro homem. Quero ver morto o fraco que ainda persiste habitar meu âmago.

Amanhã serei um novo homem; não aquele de outrora, que por igual idolatrava; mas outro, modelo 2.011, mais resistente, calejado.

Cara, pra que sofrer assim por algo que você sabe ser fútil e passageiro? Tudo o que um ser humano pode sofrer na vida lhe é dito no momento em que toma conta de si e de sua situação de ser mortal. Ali está contida toda a essência do sofrer humano; o resto são caminhos necessários a seguir, porém uns escolhem ou se estacionam no sofrer, enquanto outros escolhem pensar diferente; muitos sofrem duas, três e até infinitas vezes por um mesmo fato, ou ato; enquanto outros deixam pra sofrer realmente quando não existe mais nada a fazer; aí o sofrimento vem até como um lenitivo, lavando a alma, literalmente, com as lágrimas.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 16/12/2010
Código do texto: T2675389
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