VICIO OU DESEJO ?

O ano novo se aproxima e com ele nossas esperanças se renovam. Buscamos além da festividade, refletirmos sobre nossas atitudes. Deveremos evitar os erros e repetirmos os acertos.

Hoje, em especial, quero discorrer sobre um tipo de enfermidade comportamental que à assoma a vida de muitas pessoas. Tal mal, por ser de interesse pessoal, acomete crianças, jovens e adultos.

O desejo é um dos venenos da mente e cria energias negativas tirando nossa paz e equilíbrio.

Desejar significa querer algo, pessoas, coisas, acontecimentos e experiências. Mas significa também falta de algo. Este sentido de faltar algo é que conduz ao desejo. Quanto mais desejamos algo, mais a mente anseia por mais. O desejo é um poço sem fundo.

Em nossa sociedade não há fim para a busca incessante dos desejos. A mente está sempre querendo possuir coisas diferentes. E quando consegue uma delas, o prazer não dura. Logo outro desejo envolve e você fica insatisfeito porque nunca poderá satisfazer todos eles. Isto gera agitação, raiva, inveja, ganância, inquietude causando sofrimento.

Por causa dos desejos, criamos os apegos, aflições, ansiedades, consumismo exagerado. Onde quer que haja um desejo, com certeza existe outro desejo.

Esses sentimentos de carência, necessidade de nos completar e desejos excessivos nos afastam cada vez mais da paz interior criando conflitos internos, dor, angústia e preocupação. As pessoas acham que são livres para realizar os desejos da mente negativa, mas na verdade são escravas dos sentidos e dos desejos que geram doenças, frustrações e autopunição.

Isso não significa que devemos parar de saborear a vida, uma boa comida, diversão, compras, dança, música... Mas precisamos do discernimento, do equilíbrio interno, do reencontro consigo mesmo, para sermos felizes e não escravos de nossos desejos.

Às vezes esses desejos são padrões mentais muito fortes, muito enraizados dentro das pessoas e criam comportamentos repetitivos, compulsivos e vícios.

Elas se sentem fracas e acham que o negativo tem mais poder e sempre vence. Não têm consciência que isto acontece apenas porque elas têm repetido, com insistência, os mesmos pensamentos que geram emoções e sentimentos negativos.

Dalai Lama, em seu livro A Arte da Felicidade, diz que o verdadeiro antídoto para a ganância e os desejos inquietantes é o contentamento. E este contentamento interior consiste em querer e apreciar o que temos e não em ter o que queremos.

Em 2011, é importante purificar nossos desejos e cultivar desejos positivos. Aspirar por valores interiores como o desejo pela paz, o desejo pela tranqüilidade da mente, pela felicidade no lar, por um mundo com mais harmonia e união de todos.

É essencial estar cada vez mais à vontade, estar cada vez mais aqui e agora, gostar de você, ser feliz com você mesmo, celebrar a vida, aspirando pela paz interior que surge da mente pacífica e serena, como bem nos ensina o Divino Mestre Jesus em seus Evangelhos.

Fica assim, nossa reflexão e que o ano novo renove-te o espirito para o desejo da bondade e para a solidariedade.

Obrigado, tenhamos todos uma festa de fim de ano repleta de felicidades, paz e com muito desejo de amor.

Que Deus Pai do Universo nos abençoe a todos.