Passado, presente, futuro?!

Refletindo sobre assuntos diversos me peguei pensando numa questão que gerou e que ainda provoca diversas contestações sobre como se dá o processo do que foi denominado de “TEMPO”.

Passado, presente, futuro, todas essas denominações nos parecem óbvias, mas para mim, um humilde e insignificante mortal, inscrito na “Academia Brasileira dos Iletrados e Ignorantes”, em muitos dos meus devaneios acerca da vida, tornou-se de um intenso debate entre mim e eu mesmo.

Grosso modo prediríamos definir:

• O passado: tudo que passou (lógico), o que ficou, o que não volta mais, o que não se altera, nossas experiências, nossa memória.

• O presente: o agora, nesse instante, no momento em que manipulo esta caneta e lhes escrevo essas bobagens.

• O futuro: o amanhã, o inesperado, o que se tende a ponderar, planejar, projetar, “o que a Deus pertence”.

No entanto, meus caros, acho que apenas um desses três tempo existe de fato. Formalmente e circunstancialmente, divago sobre o presente como sendo o único momento concreto em nossas vidas.

Em minhas conferências mentais individuais, desconsiderei a existência do passado posto que podemos resgatá-lo em milissegundos. Sendo assim, o passado pode ser agora, o nosso agora, quando bem quisermos e necessitarmos. Ademais, ele é agora dentro de nós o tempo todo, desde de sempre. Ele corre em nossas veias junto ao nosso sangue, ele conecta nossos neurônios em sinapses e nos reporta ou transporta de agora para o ontem, trazendo-nos à tona tudo que é nosso e não se apaga, ou se apagará, nunca, jamais. Entenderam meu raciocínio? Se lhes for possível considerar esse pensamento racional.

O futuro não é concreto, não é palpável nem mensurável. É imprevisível. Ele só vai acontecer pela ação do agora, do presente que é urgente e latente em nossa existência. Já ouviram esse discurso: “não sei, pois nem sei se estarei vivo amanhã, semana que vem, no mês seguinte...?”. Tenho certeza de que as respostas serão positivas. Pois então, só agora faremos o depois acontecer. A partir dessa leitura despretensiosa.

Meus queridos, à beira de uma madrugada insone e de uma loucura saudável, considero tudo como sendo o presente urgente e latente em nosso ser. Já disse a saudosa notável Clarice Lispector: “tudo ao mesmo tempo agora”. Como ela tinha razão! Tudo é agora na medida que quisermos ou não. Independentemente de qualquer fato seremos aquilo que realizarmos nesse instante. Por exemplo: agora sou “escritor”. Mas quando terminar, quando as palavras soltas me faltarem, pretendo ir dormir e sonhar. A partir daí, serei um sonhador. Captaram a tentativa da minha mensagem meio, quase, talvez totalmente confusa e inteiramente idiossincrática?

Bem amigos pacientes, façamos tudo o que pudermos da melhor maneira impossível, da forma mais que perfeita, pois seremos (somos), medidos, julgados, condenados, torturados, glorificados, amados ou odiados, por todas as nossas ações instantâneas ao momento em que se lêem essas frases desatinadas, desorganizadas e desagregadas.

Mas garanto-lhes a melhor das intenções em escrever-lhes. É a nossa maior peregrinação, nossa maior busca pela melhoria eterna do nosso espírito. Não apenas pessoal, introspectiva, individual. Muito mais coletiva, para e pelo próximo, pelos nossos irmãos. Pela manutenção, colaboração e perpetuação da VIDA em comunhão de paz.