A FORÇA DO AMOR!

"O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho".

(Agatha Christie)

Como pode ser isso, um sentimento vencer uma barreira tão forte e aparentemente intransponível, como a morte. Para explicar tudo isso, vamos iniciar nosso relato, falando de uma pessoa, sem a qual, tal evento místico, provavelmente não teria ocorrido. Tratava-se de um conhecido pediatra de nossa cidade. Dr. F médico competente, dedicado a seus pacientes e muito preocupado com o social. Seu consultório era anexo a sua residência, costumava a atender gratuitamente os pobres a noite, após o expediente normal de trabalho.

Professor universitário, cientista renomado, foi um dos fundadores do hospital da criança. Vamos aos fatos: certo dia, depois de encerrar o atendimento médico, Dr. F preparando-se para jantar ouviu a campainha tocar. Abrindo a porta de sua residência, encontrou uma jovem senhora aflita, que clamava por ajuda. -Doutor, Doutor, ajude minhas filhinhas, elas estão ardendo de febre! -Cadê as crianças? Perguntou o médico. - Em casa, disse ela. -Por que não as trouxe, insistiu ele? -Não tinha dinheiro para pagar a corrida de táxi. -Qual é o seu endereço, retrucou o paciente doutor? -Depois do jantar vou ver suas filhas, acalme-se que tudo dará certo, disse finalizando o diálogo. Ela passou o endereço e foi-se embora.

Após o jantar, pegou a a chave do carro e dirigiu-se para o local indicado. Era uma moradia humilde, no final de uma rua da periferia. Bateu palmas na porta, sendo atendido, por uma idosa. -Sim senhor? Disse a mulher. -Boa noite, minha senhora: “vim ver as crianças doentes” -Mas aqui, não tem criança doente, respondeu a velha senhora. -Como não tem, fui chamado em casa para atendê-las? Não convencido, o médico continuou inquirindo: - têm crianças em casa? -Sim, estão dormindo, disse reticente. -Posso vê-las? -Claro, venha até o quarto, respondeu. As meninas, realmente estavam ardendo de febre, sendo um caso clássico de meningite bacteriana. O médico imediatamente colocou as crianças no carro e as conduziu até o hospital.

Na hora de ir embora, o bom homem viu na parede um retrato de uma jovem e disse: -Foi essa mulher que foi até minha casa pedir socorro. Espantada a senhora disse: -não pode ser, é minha filha, Minha querida filha! E chorando, completou: -“ Morreu há dois anos, deixando-me as duas netas...”!

Obviamente, a ciência não tem explicação para o fato ocorrido. A propósito, a única coisa que passou em minha "cabeça" quando ouvi essa história, foi as palavras do grande poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare, que sabiamente advertiu que “Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia."

João da Cruz
Enviado por João da Cruz em 21/12/2010
Reeditado em 30/12/2013
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