Um olhar, tantas formas de enxergar

Hoje eu acordei pensando nos olhares. Nas muitas formas que existem de olhar...

Pensei: algumas não são nada atraentes.

É o caso do olhar traiçoeiro, interesseiro e zombeteiro

Já vi por aí olhar de pouco caso, arrogante, esquecido, imprudente, desatento e pedante

Tem o olhar de falsidade, maldade, ambicioso, invejoso

O olhar que espreita, fofoqueiro, ih... o preconceituoso

E, ainda, o olhar de desatenção, desamor, inação e descrença

Mas, confesso, o que mais me incomoda é o olhar de indiferença.

A verdade é que tem olhar distraído, olhar de coitadinho, decepcionado, magoado.

De medo e coragem.

O sonolento e o acordado.

Olhar que chora, que se culpa e também, o que desiste.

Olhar que conversa e que cala,

Olhar sofrido, secreto e ressentido.

Tem olhar que reclama de tudo, o rabugento e o implicante.

É olhar de todo jeito, com todo jeito de olhar...

Que se despede ou que chama.

Olhar sem graça, curioso, folgado, ponderado.

Nossa, é de perder a conta, como o olhar engraçado; engenhoso; inventor; olhar de poeta e de pintor; de contar histórias; inusitado e investigador; olhar de profissão; de construtor; olhar que acolhe ou simplesmente passa; o meigo, interessado, respeitador, sério, concentrado e até desafiador; olhar simpático, solidário, galante e elegante.

Pra ser sincera, eu gosto mesmo é de olhar carinhoso, gentil, sonhador.

Olhar verdadeiro, fiel e consolador

De expectativa e vencedor

Do Brincalhão, do sorridente

Olhar que viaja, conhece, descobre e aprende

Olhar de bondade, olhar desapegado

De quem se preocupa, de quem cuida

Olhar que planeja, luta e conquista

Olhar de estou aqui, conte comigo e seja feliz

Olhos de família, de amigo e namorado

Ah! Existe o olhar apaixonado...

Olhar de mãe,

De criança quando sorri

Olhar de artista que contempla sua obra, de quem supera um obstáculo

Olhos de quem admira, de quem acompanha

De quem espera algo muito especial ou de quem simplesmente adora

Olhos de saudade, de fé, de quem vive a esperança, a liberdade

Olhos que oferecem, partilham

Os de ilusão ou realidade

Olhos para o céu de noite, cheiinho de estrelas ou lua brilhante

Olhos para o céu de dia, azul intenso num tapete de flores

Seja qual for a cor e a estação

A magia é olhar

Mas o que ganha de todos

Sem dúvida

Seja em qualquer contexto

É o capaz de amar.

Muitas vezes não percebemos que Deus está nos pequenos gestos, nas expressões, na forma de se contemplar. Esquecemos a bênção dos sentidos, o significado maior de tudo que é "aparentemente insignificante". Que 2011 seja um ano de olhares marcantes e especiais.

Bruna Longobucco