INHAPA

INHAPA (AYRES KOERIG)

O Aurélio diz que INHAPA é aquilo que o vendedor dá de presente ao comprador; eu diria que é aquilo que o vendedor dá a mais ao comprador, do que aquilo que pediu e deveria pagar. O nordestinho chama de agrado e o caboclo da nossa região, fala em dúzia de treze, dúzia de catorze. (“CADA TERRA COM SEU USO, CADA ROCA COM SEU FUSO”).

Mediante isso, sendo hoje o último dia do ano, resolvi fazer-lhes um agradinho postando aqui, no Recanto das Letras, duas poesias bem pequenas, uma, em redondilhas maiores e outra em nobres.

Agora um recadinho a você que maneja tão bem o nosso vernáculo, que escreve muito melhor do que eu -- não procure versejar. Escreva seus comunicados, seus contos, suas crônicas em prosa; há tantas coisas bonitas dormindo nos escaninhos dos vossos baús e da vossas gavetas... daí-na-las.

As normas de Literatura que regem as poesias são poucas, mas devem ser bem aplicadas. Qualquer poema deve obedecer: rima (se possível rica), métrica e ritmo.

Podem até me chamar de presunçoso, PRETENSÃO E ÁGUA BENTA, CADA UM TOMA A QUANTIA QUE QUER!

O conselho está dado: cada um que siga seu caminho como bem lhe aprouver...

Vejamos a piada em redondilhas maiores ou setissílabos:

Perguntou um professor,

Para um seu aluno ativo:

-- Acharia o que o senhor,

Se Camões fosse inda vivo?

Epantoso isto seria...

(Calculando sem enganos),

Garanto que ele teria,

Mais de quatrocentos anos!

Nos dias de hoje, isto seria uma pérola do ENEM! Rsrsrs.

Agora em nobres ou decassílabos:

POETIZAR

Encher o coração todo de amigos,

Pra não deixar lugar aos inimigos!

Aprender a cantar, mesmo chorando,

E nas desditas, a chorar, cantando!

FELIZ 2 011 A TODOS VOCÊS!

AYRES KOERIG

Ayres Koerig
Enviado por Ayres Koerig em 31/12/2010
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