Arco do triunfo - Paris

UM ANCIÃO VITORIOSO, 2010&2011


Eu pude observar que o ano de 2010 foi diferente dos anos que já passaram. Geralmente os anos passados, têm chegado ao final se arrastando, trôpegos, cambaleantes.
O ano de 2010, me parece chegar ao final em plena forma; eufórico, saltitante, lúcido, querendo passar ao seu substituto os ensinamentos adquiridos e acumulados.
O ano de 2010 sacudiu o mundo, para avisar aos homens que a natureza não brinca, quando quer cobrar o que lhe é devido.
Fatos ocorreram nos quatros cantos da terra: chuvas, secas, degelos, alterações climáticas, deslizamentos de terras e muitos outros acontecimentos. É a natureza cobrando ao seu maior devedor, o homem; os desajustes sofridos por esta ao longo do tempo.
Apesar de tudo isto, este já velhinho 2010, vai chegando ao seu término com um vigor invejável.
Ele nos acena com mais uma oportunidade, junto ao seu substituto para nos redimir da nossa falta de vontade, do nosso comodismo, do nosso pseudo conforto e conformismo.
Anda Maria, anda José façam a parte que lhes cabem. Deixem a preguiça de lado e corram ao encontro da vida. Partilhem com os outros as suas dores, os seus desalentos, mas acima de tudo compartilhem as suas alegrias, os seus entusiasmos e as suas felicidades.
Vamos parar com o lamento e contagiar o mundo com o prazer de viver e mostrar que cada um poderá ser feliz ao seu modo, à sua maneira.
Oh se fosse tão simples assim! Falar é fácil, mas fazer necessita de vontade e do querer.
Tudo está tão bem assim. Para que mexer no que está quieto? Muitos se questionarão.
Nós somos acomodados mesmos. Se na rede cabe mais um, para que armar outra?
Eu estou falando isto, porque também sou assim. Preciso esforçar-me muito para sair dessa letargia e por a mão na massa.
Luto sempre e muito, para não ficar atrás do comboio da vida. Para não me deixar deitar em berço esplendido e esperar que os outros façam por mim.
Capriche no sorriso, vista a sua melhor roupa, coloque aquele tênis, aquele sapato, o chapéu esquecido no cabide; ponha o perfume que está lá num canto do armário e saia às ruas; vá à casa do vizinho, dos familiares e abrace-os, com carinho, com amor, desejando-lhes muita paz para os tempos vindouros.
Aguarde a vinda de 2011, com mais entusiasmo, acompanhado do que sobrou de 2010, não como contra peso, porém como complemento para as coisas boas que o futuro nos reserva.
Tenhamos todos, próspero e feliz ano de 2011, sem jamais esquecer os ensinamentos do ano de 2010.

Rio, 31/12/2010
Feitosa dos Santos