OS HUMILHADOS SERÃO EXALTADOS

“Será que um dia eu vou encontrar um verdadeiro amor?” Esse era uma dos questionamentos que Pedro se fazia quando estava só. Essa história começa na parada de ônibus. Pedro esperava seu transporte para voltar para casa, quando de repente ao seu lado uma senhora surgiu pedindo ajuda.

- Meu filho, você tem alguma moedinha para mim?

- Me desculpe - Pedro disse com um pouco de medo.

A mulher pediu a todos que estavam na parada, mas ninguém lhe dera nenhum centavo. Pedro sentia-se mal por não poder ajudar a pobre senhora, mas logo a sensação passou quando o seu ônibus chegou. O transporte estava lotado e o garoto carregava muitos livros além de sua mochila nas costas. Uma moça pediu para segurar seus livros, Pedro aceitou sem hesitar. No primeiro momento, Ele nem reparou na moça. Seu pensamento estava perdido entre as luzes dos carros e entre as estrelas do céu. Tudo vinha em sua mente: seu dia, seus amigos, sua família, sua saúde, seus questionamentos e por fim a pobre senhora. Pedro não conseguia entender por que existiam pessoas precisando de ajuda. “Será que Deus não estava vendo aquela senhora?”. Esse era um dos questionamentos que ultrapassavam a compreensão do pobre garoto.

Um objeto de reflexo e duas imagens. A primeira possuía um olhar cor de mar, cativante e obliquo, cabelos loiros e lábios avermelhados combinado com as bochechas rosadas. Sua aparência era uma mistura tranquila de beleza, pureza e simpatia. A segunda imagem era composta por cabelos encaracolados e olhos cor de palmeira com pele morena e sorriso belo. O foco desta descrição eu deixo sendo o olhar de palmeiras que observa todos os lugares da condução. O objeto em que os rostos estavam sendo refletidos era a janela do ônibus.

O ônibus foi esvaziando, as pessoas iam descendo conforme o transporte fazia suas paradas. Pedro percebeu que havia um lugar vago para sentar e foi em direção. Talvez o cansaço tenha feito com que ele esquecesse suas coisas no colo da moça. Esta por sua vez o acompanhou com o olhar. Não entendia o que ele ia fazer e pretendia chamá-lo, mas não queria elevar sua voz em um transporte público.

Pedro sentou-se e olhou além da janela, pensou no que iria fazer ao chegar em casa. Lembrou-se de que tinha que visitar uma amiga, lembrou-se de que tinha que ir para a missa, lembrou-se de muitas coisas, menos de sua mochila e de seus livros. O cotidiano o consumiu? Só Deus sabe caro leitor. Existem coisas que nem mesmo um narrador tem o poder de dizer com o que as palavras podem escrever. A moça levantou-se lentamente e caminhou com todos os livros e a mochila até a cadeira ao lado de Pedro.

- Você esqueceu suas coisas comigo. Disse ela com tom de indignação.

Pedro olhou para aquele ser que lhe dirigia a palavra e como por um século de minuto sentiu seu coração bater quilômetros acelerado. Ficou com medo, mas ao perceber que não era um bruto e sim um anjo que lhe chamava a atenção ficou feliz e logo sorriu largamente querendo contornar a situação.

- Desculpe! Mil Desculpas. Não sei onde eu ando com a cabeça. Pedro tentou se redimir.

Por um instante a moça sentou-se ao lado dele, este procurou não perturbá-la. Ela preparou suas coisas e desceu na parada seguinte. Pedro a viu descer e ficou fascinado com o seu olhar observador. A imagem da moça, menina ou mulher ficou fixada em sua memória fotográfica. Pedro pensou: “Será ela meu Deus o meu verdadeiro amor?”. Deixou escapar um sorriso de si mesmo. Levantou-se e ao descer percebeu que sua rua estava diferente: “Será que descia no local certo?”. Puxou do bolso seu terço e começou sua caminhada. A cada mistério pedia a Deus por sua amada verdadeira.

Pedro parou um instante em frente à casa de um de seus vizinhos, o patriarca estava colocando sacos de comida no lixo. Aquilo fez com que ele pensasse novamente na pobre senhora que estava pedindo ajuda. O coração do garoto ficou tão apertado ao ver a cena que quase deixou seu terço cair no chão.

- O que foi Pedrinho? Falou o Dono da casa.

- O que aconteceu com essa comida. Falou um pouco nervoso.

- Nada não. É porque já venceu. Respondeu ironicamente.

Pedro pensou: “Meu Deus o que está acontecendo com o mundo?”. Caminhou rumo sua casa, mas antes de chegar sentiu uma imensa vontade de ler a Bíblia. Apressou, então, seu passo. Ao chegar em casa colocou seus livros de um lado, a mochila do outro e entrou em seu quarto. Pegou a Bíblia e abrindo-a aleatoriamente viu o evangelho de Lucas 14. Pedro leu por alguns instantes e se atentou para uma passagem que o alegrou: “Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” Essas palavras foram uma resposta de Deus a um dos questionamentos de Pedro. Deus está vendo tudo que estamos fazendo sim, não nos preocupemos, pois com ele tudo pode melhorar e tudo vai melhorar os humilhados serão exaltados, basta confiar, pois a salvação é para todos.