Não Desista Nunca!

Dia dois de janeiro de dois mil e onze.

E você, onde está, aonde foi parar, o que está fazendo?

“Se lembra quando a gente sonhou um dia acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre sempre acaba?” E que o importante era ficarmos bem?

Pois então, o fervor da vida está contido na puberdade. O restante são horas gastas procurando... procurando... procurando...

Por isso é preciso prolongá-la, a puberdade, como sinal de resistência à decomposição natural das coisas.

Essa luta feroz pela vida é a resposta que a Mãe Natura espera de nós; que não nos deixemos levar jamais, tendo sempre em vista que a evolução necessária, naturalmente, depende dessa resistência inata, primordial do ser humano!

O que seria de nós, agora, caso os bravos da “era do gelo” se deixassem sucumbir, congelando-se numa passado estéril?

Ainda mais, o que seria de nós se Cristo, ao invés de transmitir seus ensinamentos, pagando com sua vida, se deixasse entregar e voltasse atrás, com medo, dizendo que tudo não passara de ledo engano?

E se Gandhi se aquietasse em seu canto, sossegado, jejuando, advogando passivamente suas míseras causas?

Se Guevara ou Giordano Bruno, para se manterem vivos, renunciassem publicamente seus ideais?

O que seria de nós?

Se o amigo de Kafka, o qual não recordo agora o nome, seguisse os conselhos do amigo e queimasse O Processo, A Metamorfose e O Castelo?

Se o Cafu, depois de tantos testes infaustos e críticas virulentas, desistisse de jogar futebol e ficasse mesmo trabalhando como servente de pedreiro?

Imagine Vinícius de Morais se conformando em ser um aluno regular em gramática e literatura, recebendo críticas, inclusive, resolvendo, por fim, por revolta, não escrever nada?

Imagine ainda mais se Luther King, negro, pobre e ameaçado por uma sociedade racista, por medo, voltasse atrás?

E se Sócrates renunciasse seus ideais e dissesse, em pleno julgamento, que tudo não passara de um grande engano?

Imagine ainda se Sócrates, o jogador, líder da democracia corinthiana, no ano seguinte ao título paulista de 1983, impelido por quantia vultuosa, se transferisse para o Palmeiras?

E se Grahan Bell se conformasse com as críticas de seu “tutor” e reconhecesse a impossibilidade da comunicação à distância, por meio de cabos e fios e diversos outros mecanismos?

E se Lula, um dos maiores presidentes do Brasil, acatasse os conselhos de sua mãe e se mantivesse quieto, trabalhando como metalúrgico?

Imagine Raul Seixas, ainda criança, ouvindo os resmungos de sua mãe (pare com essa cantoria!), se mantendo, como seu pai, mais um funcionário do sistema ferroviário do Estado da Bahia?

Ademais, é impossível não pensar nos tantos milhares, geniais, que, de alguma forma, por fim, desistiram, se deixando quedar por críticas e comentários maldosos, fracos, de próximos!

Quantos “gênios” não fraquejaram diante comentários leigos, por deficiência emocional ou o que quer que seja, e deixassem de transmitir suas idéias?

Quanto o mundo já não perdeu?

Imagine Magister Dixit acatando a opinião de que "o mundo está cheio de bandas!", e desistisse de criar a ZUMBI SOU?

Não houvesse o preconceito, a perseguição, o orgulho, a inveja, talvez..., talvez..., estaríamos hoje em outro patamar evolutivo!

Teço aqui uma singela “ode” à “resistência”; à resistência individual de cada um de nós, brava, animal, primordial, única, à qual somente você, dentro de si mesmo, sozinho, saberá responder!

Não há questão, dentro de um mundo natural, que um ser Humano não saiba, de forma inata, sua essência! Esquecemo-las, as respostas, simplesmente! É preciso lubrificar nossa “memória primordial”, nossa essência. E o medo é o pior dos males!

Jamais tenha medo, seja do que for, muito menos de transmitir suas “imagens”, idéias e sentimentos, pois conviver com “o poderia” é um male árduo demais para se carregar, ainda mais no estertor!

Seja único sempre, pois isso diversifica as “resistências” e transmite aos demais maiores possibilidades de transformação, os quais, de alguma forma, possam ter suas mentes obstadas, porventura cegas, surdas e mudas dentro de alguma “caverna” num mundo imaginário!

O pior teste para um “dogmático”, crente, fiel, cético ou “fechado” de alguma forma, é ver suas teorias cabalmente descartadas no “pos-mortem”!

Fernando Pessoa e Sêneca, além de outros muitos, que não se deixaram calar, sabiam bem disso!

Acham que os dois pré-citados tiveram vida gloriosa? Leiam-nos, além de suas biografias idôneas!

“Se tem um caminho esse coração, siga-o!”.

“Wish you were here?”

Savok Onaitsirk, 02.01.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 04/01/2011
Reeditado em 04/01/2011
Código do texto: T2708356
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