A COBIÇA

A COBIÇA

Até onde vai a cobiça humana a procura de áreas próprias à construção?...

Aterra aqui, aterra ali e vai engolindo os seus córregos e mananciais.

Somente quem vive mais tempo e que vai lembrando-se do córrego dos Buritis, outros de menores lembranças também tiveram o mesmo fim.

Canalizadas as suas águas e esquece-se que os caminhos das águas pertencem a elas e um dia sem pedir licenças elas virão brabas reclamando o seu direito universal.

Como potáveis a muito foram descartadas e para amainar a sede, neutralizar a higiene, abrandar o calor e cumprir o papel de solvente, tem-se que se ir a outras plagas e trazê-las a alto custo a fim saciar a necessidade humana, cada vez mais sedenta.

Nem mesmo se fossemos preservar os mananciais eles não dariam conta do recado, pois cada vez somos mais e alternativas esgotam-se com por uma ou duas gerações...

A sede da ambição vai nos levar à sede de água.

Duas gerações, quanto muito uma já não mais estarei aqui para testemunhar a desdita da CIDADE DESAGUADA...

GOIANIA, 10 DE JANEIRO DE 2010.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 11/01/2011
Código do texto: T2721912
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