A BUNDA II

Depois de escrever sobre a preferência nacional, e constatar o interesse generalizado, agora ratificando essa preferência resolvi dissertar mais sobre o assunto “Bundas”.

A palavra “Bunda” é de origem africana, mais precisamente Angolana e Congolesa, partindo do dialeto Kinbundo.

Conta uma lenda que algumas tribos africanas se reuniam e batiam tambor, e ao som dos tambores as mulheres negras e bem providas com suas bundas lindas e arrebitadas dançavam e rebolavam ao som vocal de palavras dialéticas como Bummmdá ! Bummmdá ! Bummmdá !

A palavra “cambada” tem origem semelhante, kambada, que significa turma, é procedente do mesmo dialeto.

A origem dessa preferência em detrimento a outras partes do corpo, inclusive o cérebro, provavelmente surgiu do rebolado e da alegria das músicas que o instigavam, tanto que muitas músicas praticamente desprovidas de letras contêm um ritmo e balanço que involuntariamente fazem as bundas se movimentarem, até de forma involuntária.

Creio que com isso estamos criando uma nova língua, mesmo que nosso ouvido não capte e transmita ao cérebro, a bunda, de alguma forma está captando e se movimentando. Veja o exemplo da Mulher Melancia, onde a bunda é quase um segundo corpo, com vida própria.

Bummmdá ! Bummmdá ! Bummmdá ! O idioma mudou, passaram-se milhares de anos, mas as bundas, principalmente as belas afrodescendentes continuam fazendo sucesso e mantendo seu espaço e o rebolado original. Se bem que as bundas de todas as raças, credos e cores estão também se sobressaindo.

É uma cultura, opa, até o nome lembra bunda “CÚltura”, que deve ser perpetuada, assim como o futebol, que trás diversão e só faz bem.

Mas a Bunda não anda sozinha, ela gerou milhares de modelitos; de shortinhos cavados, de calcinhas, de fios dental e até da famigerada “Suplex”, aquelas calças de ginástica hiper coladas, que chegam até a realçar a mais minúscula espinha.

Os enchimentos de espuma e o silicone também se fazem presentes nas bundas, criou-se um império Bundal. Hoje a bunda gera milhares de empregos diretos e indiretos, tanto na música como na moda, mas se ampliou muito, dando origem a cremes bundais e tratamentos estéticos bunditivos.

Até o nome Glúteo lembra algo redondo, cheinho, “gluloso”.

Não importa se é Quadril, Nádegas, Traseiro, Bunda, Glúteo ou o carinhoso Bumbum, ela está se tornando, em alguns momentos, o membro mais importante.

Basta ligar a TV num domingo ou sábado que logo aparecerá na tela uma grande e bonita bunda, dando um bom dia, boa tarde ou boa noite.

Não existe mais a bunda gorda ou magra, agora só existe a bunda. Assim como há refrigerantes de 3 lts, 2 lts, 1,5 lts, 1 lt, 330 ml e cada um atende uma preferência, um seguimento.

Bummmdá ! Bummmdá ! Bummmdá ! O carnaval nada mais é que as danças tribais para exibição de alegorias, o som dos tambores e as maravilhosas bunnndás rebolando.

O progresso mudou muita coisa, mas a primitiva bunda está ai sendo exibida e cobiçada, sendo usada como meio de divulgação de coisas que nem são usadas na bunda, tais como lindos e cobiçados automóveis, cervejas e dezenas de outros produtos que nada tem a ver com a bunda.

Produtos que deveriam ter como campanha publicaria a bunda, esses nunca a usaram, tais como papel higiênico, medicamento antiflatulentos, almofadas, cadeiras e poltronas e até óculos, os quais são fundamentais para a visualização das lindas bundas.

Talvez a bunda mereça toda essa ostentação por ser formada de duas metades, isso a torna dupla. Imagine se não houvesse essa divisão, se ela tivesse apenas um pequeno orifício, muito provavelmente ele seria repleto de rugas, dada a necessidade de sentar e levantar, de esticar e retrair.

A bunda foi concebida de forma perfeita e implacável. Infelizmente ocorrem fatalidades, as quais não são nada cômicas,  como pessoas que nasceram sem perna, sem mão, até sem cérebro, mas nunca ouvi falar de uma pessoa que tivesse nascido sem bunda. Chego a ter a impressão que a bunda é realmente independente e tem vida própria.

Bunnndá ! Bunnndá ! Bunnndá ! Não há nada de errado nisso, é alegria, beleza, diversão e muita gente feliz, tanto para as que exibem as bundas como para os que a contemplam, respeitando cada qual seu credo, fé e religião, afinal uns aprovam e outros reprovam veementemente a prática da exibição da bunda.

Um carro pode correr a 200 km por hora, uma pessoa pode digitar a tantos toques por segundo, um campeão pode percorrer uma distancia em menos tempo que outro, sagrando-se campeão, e a bunda ? Agora bunda têm velocidade; velocidade 1, velocidade2, velocidade 3 e vai até a velocidade 6.

Seguramente irá surgir a bunda turbo, que desenvolverá a velocidade 7, a bunda econômica que ira desenvolver uma velocidade não tão alta, mas com menos queima de calorias. Muito em breve surgira um campeonato para bundas. As bundas pelos mais diversos motivos entrarão no livro dos recordes.

As câmeras fotográficas que identificam os rostos e os sorrisos muito provavelmente passarão a identificar as bundas e seus sorrisos. Sim é isso mesmo, você pode não ter notado, mas as bundas podem sorrir. Na praia, depositadas na areia, sob o sol escaldante, a maiora das bundas estão sorrindo. Nos bailes funk, ao som de suas músicas, as bundas também estão normalmente sorridentes. As bundas ficam sérias e tristes apenas quando não estão em evidência, constipadas ou cobertas com roupas largas que não permitem a idenitificação clara de suas curvas.

Recentemente as bundas ganharam até um livro: “The Big Butt Book”, sendo a mulher melancia a única brasileira a constar no livro. Que ironia, um livro que trata e preferência nacional sendo editado por outro país.

Bummmdás ! Bummmdás, Bummmdás ! Assim como temos pavor a certas coisas; Claustrofobia – medo de lugares fechados, Hidrofobia – Medo de água, as bundas também têm seus medos; celulofobia pavor que as bundas têm da celulite, estriofobia pavor que as bundas têm de estrias.

Com o avanço da medicina e do domínio sobre o código genético, muito em breve teremos bundas clonadas, banco de bundas, transplante de bundas e o surgimento do especialista, Glutologista.

Ainda não existe mas não duvido se surgir em algum canto do mundo, talvez onde se originou o Bummmdá; o “Bundequistão”. Onde suas leis seriam severas, muito rígidas, com duras penas à palmadas e pontapés na região glútea, injeções seriam tratadas como crime hediondo, por perfurar o patrimônio da nação. A mulher melancia seria uma forte candidata ao poder.

Para finalizar, é imperativo que mudemos a imagem dos pais lá fora, onde se acredita que o Brasil é o país do futebol, do carnaval e das bundas. Vamos todos fazer um apelo público para que todas as mulheres bundudas da mídia, mostrem que são muito inteligentes e cultas, e não meras bundas bonitas. Quanto às cultas, essas não vão fazer questão de embundar o mundo, o fazem com palavras.