* SE FOSSE VOCÊ, VOCÊ FALARIA? *

Era dia de semana, quarta-feira. Alcides chegou do trabalho tomou um banho e jantou.

Deitado no sofá da sala assistindo televisão. Ana Lucia terminou de limpar a cozinha, as crianças já estavam na cama. Dia comum igual a todos aos 21 anos desde que casaram-se dois lindos filhos 7 e 12 anos. Alcides homem bom trabalhador, respeitável, honesto, ótimo marido excelente pai, vivia para a família. Ana Lúcia, mulher dedicada, amorosa, asseada, caprichosa, muito boa mãe e esposa.

Na rotina dos 21 anos de conjugue filhos adolescentes, um casamento

Tranqüilo onde os dois trabalham juntos pára sustentar os filhos.

E nesse comum de quarta-feira, Ana Lúcia sentada na outra poltrona desvia os olhos da televisão e fita o marido dizendo: - Alcides?

Ele sem tirar os olhos da tv, responde: - oi.

- Estou perdidamente apaixonada pelo meu amigo de trabalho.

- É. Diz ele sem notar no que a mulher acabou de declarar, e continua olhando a televisão.

- Já faz algum tempo, eu no início tentei resistir, mas foi em vão

O que estou sentindo por ele é muito forte, e ele também por mim.

Ainda não tivemos nada, nem mesmo um beijo, na boca... Mas já nos abraçamos, senti que não queria ficar sem ele, não consigo tirá-lo do

Pensamento, fico a suspirar por ele e meu coração acelera quando o vejo. Ele já me disse que quer ficar comigo, e que falaria contigo se eu quiser...

Alcides, vira a cabeça para o lado da mulher e a olha bem dentro dos olhos sem piscar, ela não se intimida e continua; - querer eu quero, é uma vontade louca, nunca senti isso antes Alcides, nem por você, nosso romance foi branco você sabe.

Alcides, nem uma palavra, mas os olhos marejavam em lágrimas, seu rosto enrubescido, cenho fechado, lábios tremiam quase não dava pra notar, mas juntos para um sustentar o outro tremiam...

- Quero ficar com ele, sei que posso estar fazendo uma grande burrada e sei que poderei arrepender pelo resto da minha vida, sei que vou perder o direto do nosso lar que juntos construímos, e que tanto tenho zelo, sei que nossos filhos... Sei que não vai ser fácil nem pra mim nem pra você Acides, mas nesse momento é o que quero, e pronto. Quero ficar com ele, mas não quero ficar escondido de você que não merece uma traição e eu não gosto de enganar você sabe não gostaria de ser enganada.

Não dá mais, cheguei no meu limite, vou indo... Está tudo pronto por hoje, tem comida na geladeira, compras na dispensa, casa limpa, quintal limpo, as coisas das crianças organizadas.

Depois você vê o que fazer, não irei levar as crianças pois eles sofreriam muito sem você e demorariam um tempo para acostumar com “ele”, mesmo por que não sei vai dar certo, seria egoísmo meu ficar com os filhos afinal quem está saindo seu eu, se fosse você com certeza não os levaria. Sei exatamente o quanto nós( eu, você, crianças) vamos sofrer, mas é mais forte que eu.

Não consigo mais ficar sem ele, e se eu não for, viverei

Ao seu lado, e nosso casamento será uma porcaria, não valerá mais a pena sermos uma família.

Ana Lúcia vendo que Alcides não dizia nada, nem mais olhava para ela de cabeça baixa só ouvia. Ela vai ao quarto das crianças faz um carinho na cabecinha dos meninos e ponhe a benção, vai ao seu quarto pega as malas, e olha para Alcides por um minuto sem nada dize... Respira fundo, com dor no coração diz: Obrigada por tudo, cuide dos nossos filhos com amor... Abre a porta sai e fecha-a atrás de si.

Alcides já não ouve mais a televisão, como que anestesiado por algum tempo não sente nada, não pensa em nada... Devagar sem

Perceber ele dobra o corpo no sofá encolhendo-se juntando as mãos na cabeça e aperta os olhos e geme um gemido de dor onde lágrimas saem uma após a outra Alcides grita por não aguentar o sofrimento, nisso os filhos chegam perto dele, o menor abraça o pai sem nada dizer pois não está entendendo nada, o mais velho senta-se ao lado a observar a cena.

Ana Lúcia sentou-se no carro e não tinha forças para dirigir, uma sensação de perda, tristeza, remorso, e pena invadiu seu ser.

Mas era o que teria que ter feito, trair o homem que casou e era bom homem seria canalise da sua parte, ignorar uma paixão, seria uma crueldade com seu coração com sua vida que sempre fora honesta e fiel, foi duro mas tinha que ter dito, será mais difícil ainda daqui pra frente, porém mais digno.

Se todos tanto homens como mulheres agissem assim com o companheiro que visse que a paixão acabou teria menos promiscuidade no mundo, menos safadeza, menos gente sendo enganada, pois o enganado dói mais do que a sinceridade por mais que as palavras doam como está doendo em Alcides, pelo menos ele não foi traído, e amanhã ainda vai sentir orgulho da ex-mulher e pra sempre mãe de seus filhos.

***

*Obs: O intuito dessa crônica é saber de vocês o que acham da reação da Ana Lucia em relação ao marido, quanto aos filhos, claro que uma boa mãe que se preze não deixa-os por nada nem por ninguém. Não existe homem que mereça mais que os filhos de uma mãe nem mesmo o próprio pai dos filhos, mas com Ana Lucia ela preferiu deixá-los pelo bem deles, por que na cabecinha deles viver com outro homem sem ser seu pai ia ser dificil, até mesmo doloroso.

Mas assim que a poeira abaixar Ana Lucia é claro vai querer saber dos filhos se eles querem morar com ela...

* Obrigada a todos que comentarem esse texto, sua opinião é muito bem vinda, obrigada!

Laura.

Laura Ry
Enviado por Laura Ry em 17/01/2011
Reeditado em 18/01/2011
Código do texto: T2735467
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.